Exportações de máquinas e equipamentos têm queda de 17,4% no primeiro semestre, segundo Abimaq

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Da Redação (*)

Brasília – As exportações da indústria brasileira de máquinas tiveram uma retração de 17,4% no primeiro semestre em relação a igual período de 2014 e totalizaram US$ 3,946 bilhões. No mesmo período, as importações apresentaram uma queda de 17,8%, comparativamente com o primeiro semestre do ano passado, somando US$ 10,338 bilhões. Nos seis primeiros meses deste ano, a balança comercial do setor está deficitária em US$ 6,392 bilhões. Os dados foram divulgados hoje (29) em São Paulo, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

A forte queda nas exportações deveu-se, segundo a Abimaq, à “paralisia nos financiamentos à exportação, combinada com a volatilidade cambial”.

De acordo com a Abimaq, o faturamento da indústria brasileira de máquinas e equipamentos acumula queda de 6,5% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado. Considerando-se apenas o mês de junho, houve recuo de 13,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.

A estimativa da Associação é que o faturamento do setor recue 5% este ano, o que seria a terceira queda consecutiva da receita líquida de vendas da indústria de bens de capital mecânicos. Em 2013, houve retração de 5% e, em 2014, de 12%. “O drama desses números é que ele não se refere somente ao setor de máquinas. Isso significa reflexo do que está ocorrendo no país. Nossas vendas caem porque país está investindo cada vez menos”, avaliou o presidente do Conselho de Administração da Abimaq, Carlos Pastoriza.

O balanço mostra ainda que, em relação às exportações, foi registrado recuo de 17,4% de janeiro a junho em relação ao primeiro semestre de 2014. De acordo com a entidade, o resultado é explicado pela “paralisia nos financiamentos à exportação, combinada com a volatilidade cambial”.

A Abimaq considera que as variações sucessivas do câmbio são um fator recessivo adicional, pois aumentam os riscos de que haja um descompasso entre os preços dos insumos de produção e os preços de venda.

Carlos Pastoriza destacou ainda que a valorização do dólar ocorreu também em outros países concorrentes e, por isso, não se reverteu em vantagem para os produtos brasileiros. “Pode parecer uma depreciação importante do real que poderia ter dado fôlego em relação aos produtos estrangeiros, mas essa depreciação foi acompanhada pelos outros países”, apontou. Segundo ele, a vantagem ocorre somente em relação à indústria norte-americana.

A retração no setor também se reflete no emprego. As vagas recuaram 6,4% nos primeiros seis meses do ano. A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o período com 337 mil pessoas empregadas. Em 2014, eram mais de 368 mil no mesmo período.

(*) Com informações da Agência Brasil

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