Exportações gaúchas de alta tecnologia recuam 30%

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Brasília (Comex-DF) – Os produtos com alta intensidade tecnológica foram os que tiveram a maior queda nas exportações do Estado nos primeiros dez meses de 2009, em comparação com o mesmo período do ano passado. A desaceleração foi de 30% no acumulado do ano, significando menos US$ 44 milhões para a economia.

O índice foi bem superior ao recuo total dos embarques gaúchos, que foi de 22% e totalizou US$ 12,5 bilhões. “Os fatores que estão por traz desse processo são a elevação nos preços das commodities, concorrência internacional com países com mais baixo custo de mão-de-obra e a ausência de uma política nacional de desenvolvimento par a os setores que exportam esses produtos”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao avaliar os resultados da balança comercial, nesta quarta-feira (11). 
 
O setor de alta tecnologia vem perdendo espaço na pauta externa nos últimos anos. Em 2003 representava 2,6% dos embarques do Estado e, em 2008, passou para apenas 1,5%. Os produtos nesta categoria que mais se destacaram foram os condensadores e controladores eletrônicos, instrumentos médicos de ótica e precisão, farmacêuticos e de escritório e informática. Esse impacto é sentido em todo setor industrial do Rio Grande do Sul, que diminuiu sua participação nas exportações gaúchas de 87%, em 2008, para 82% no acumulado de 2009. As quedas mais expressivas vieram dos seguintes setores: Material de Transporte (-74%), Máquinas e Equipamentos (-38%), Couros e Calçados (-35%) e Alimentos e Bebidas (-27%). 
 
As importações do Rio Grande do Sul também apresentaram uma forte perda e desabaram 41%, fechando os dez primeiros meses de 2009 em US$ 7,4 bilhões. O resultado reflete a menor atividade do setor industrial, que respondeu por 97% das compras totais do Estado. As maiores desacelerações ocorreram nos segmentos de combustíveis e lubrificantes (-48%), principalmente de óleos brutos de petróleo e naftas para petroquímica; e de matérias-primas e produtos intermediários (-47%), com ênfase para cloreto de potássio e ureia. 
 
A balança comercial do Estado, no ano, ficou positiva em US$ 5 bilhões, cerca de US$ 2 bilhões a mais que no mesmo período de 2008. Desta forma, o Rio Grande do Sul contribuiu com 20% do saldo comercial gerado pelo País, nessa base de comparação.

 

Fonte: FIERGS (12/11/2009)

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