Linhas para exportações animam BB, Caixa e BNDES

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Fonte: Diário do Comércio e Indústria (28/10/2009)

 

Fernanda Bompan

 

Os bancos federais Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comemoram o bom resultado do número de financiamentos à exportação de 2008 a 2009, apesar da crise econômica. “O crescimento entre 2008 e este ano e a projeção para 2010 revelam uma tendência que irá permanecer. [O resultado] mostra que o Brasil está fortalecido frente ao mundo”, afirma o gerente nacional da área internacional da Caixa Econômica Federal, Mário Maia.
 
Dados do banco revelam que de 2005 até agosto deste ano foi concedido um total de R$ 78 bilhões somente em crédito a empresas exportadoras. E, segundo Maia, não houve diminuição da demanda durante a crise financeira internacional. O crédito para exportação representou 45% do total concedido durante a crise: ou seja, o País passou pela crise quase tranquilamente nesta área. “Além disso, a conclusão a que se chega é de que o mercado brasileiro precisa de nós [os bancos]”, disse Maia, no Encontro do Comércio Exterior realizado em São Paulo.
 
Maia prevê um aumento maior ainda em 2010, “muito além dos valores financiados este ano”. “Enquanto o mundo todo encolheu, o Brasil pode pensar em crescer ao patamar de 5% [PIB]”, analisa.
 
De acordo com os números do BNDES, os financiamentos subiram 15,5% entre 2008 e 2009, ou, seja passaram de US$ 6,6 bilhões para US$ 7,6 bilhões.
 
Para exportação, segundo a corretora da área de comércio exterior do banco, Alessandra Marques da Silva, em 2009 foram liberados R$ 120 milhões somente para os pequenos exportadores. “De 2007 para 2008 houve um crescimento de pedidos neste setor da ordem de 40%”. Para 2010, o banco ainda não tem dados para divulgar expectativas de crescimento.
 
O gerente da área de Comércio Exterior do Banco do Brasil, Fabiano Pistoia Oliveira, entretanto, afirma que no caso da instituição os números deverão manter-se estáveis. “Nas exportações, os financiamentos para as linhas mais tradicionais, este ano, deverão repetir o mesmo valor de 2008, US$ 13 bilhões, pois as exportações brasileiras caíram 30%”, diz. Semelhante a Maia, Pistoia também acredita em uma retomada para ano que vem 2010. O Banco de Brasil, neste ano, fez parte de 34% do número de financiamentos a exportações.
 
A professora e doutora da ESPM e da PUC Maria Helena Pinto Melo concorda com a opinião dos bancos sobre o financiamento às exportações. “Ampliar crédito para estimular a produção industrial é bom, é uma geração de renda. Mas se for para financiar compra de veículos ou de imóveis, proporciona maior escassez de poupança, ou seja, gastar mais e poupar menos”, analisa. Para Cristina, os empresários brasileiros estão com maiores oportunidades de atrair compradores no exterior, como a China e a Europa Oriental, e “estimular a produção com créditos é benéfico para o País”.
 
 Linhas de financiamento
 
Existem diversas linhas de financiamento para exportações. O BNDES possui cinco tipos para pré-embarque (bens e serviços a serem exportados)- Exim; Exim Ágil; Exim Especial; Exim Empresa Âncora e Exim – e uma linha para pós-embarque (bens e serviços na fase de comercialização, a Exim Pós-embarque. O Banco do Brasil gere o Programa de Financiamento às Exportações (Proex), mecanismo de apoio aos exportadores, o que, na opinião do gerente da instituição financeira, Fabiano Pistoia de Oliveira, é um “financiamento sem igual no mundo”.
 
“As taxas de juros são muito menores dos que a praticadas no mercado, com o custo apenas da taxa Libor [1,75% ao ano]”. O Proex é direcionado às pequenas e médias empresas exportadoras com faturamento bruto anual de até R$ 60 milhões, com 100% em determinadas operações em no máximo 2 anos, e 85% nas demais operações. No entanto, esta linha é oferecida somente aos pedidos pós-embarque.

 

Questionado sobre abrir o tipo de financiamento para o pré-embarque, Oliveira, confirma que o crédito em breve será concedido. “É uma grande novidade para o mercado. Já estamos estudando a liberação, que pode ser finalizada ainda este ano”, afirma Oliveira. Na fase pré embarque, há outras linhas, como a de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE); Pré-pagamento de Exportação (Proger), além do BNDES Exim. A Caixa Econômica também oferece linhas semelhantes às do Banco do Brasil.

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