Vendas externas de calçados sobem 17,5% em janeiro com receita de US$ 81,4 milhões

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Novo Hamburgo – O ano começou positivo para os calçadistas. Embora a base de comparação do ano passado seja fraca, os mais de 11,37 milhões pares comercializados no exterior, que geraram US$ 81,4 milhões, indicam a sequência no crescimento dos embarques registrada no final de 2016. Os números são 17,5% superiores em valores gerados e 0,6% menores em volume em relação ao primeiro mês do ano anterior (US$ 69,3 milhões e 11,44 milhões de pares).

O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias (Abicalçados), Heitor Klein, comemora o resultado do primeiro mês e ressalta que ainda é reflexo das boas vendas realizadas na temporada de verão do ano passado. “São negócios que já estavam alinhavados e refletem nos números de agora. A questão é se vamos continuar nesse ritmo nos próximos meses, já que houve uma desvalorização do dólar no período, o que deixou o nosso produto com preço menos competitivo no exterior”, avalia.

Segundo o executivo, o cenário internacional nebuloso não permite a criação de qualquer quadro de expectativas para o ano. “As medidas tomadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem ter reflexos significativos no câmbio e também na configuração do mercado internacional”, explica, acrescentando que elas podem ser tanto negativas como positivas.

“A anunciada saída dos Estados Unidos da TPP, por exemplo, pode até ter um impacto positivo, pois pelo acordo o país liberaria taxas de importações de grandes produtores de calçados, como México e Vietnã, dificultando a concorrência naquele mercado. Ao mesmo tempo temos inúmeras incertezas quanto à questão cambial e a política de juros que será adotada pela Federal Reserva (FED)”, comenta Klein.

Destinos

Os principais destinos do calçado brasileiro no primeiro mês do ano foram os Estados Unidos, para onde foram embarcados 1,3 milhão de pares que geraram US$ 16 milhões (altas de 2% em volume e 5% em valores na relação com igual mês de 2016) e a França, que comprou 1,45 milhão de pares por US$ 9 milhões (quedas de 41,7% em volume e 6,6% em dólares). O destaque positivo ficou por conta da Argentina, que importou 409 mil pares que geraram US$ 7 milhões, altas de 98% em pares e 165% em dólares em relação ao mesmo período do ano passado.

Estados

O principal exportador brasileiro de calçados no primeiro mês do ano foi o Rio Grande do sul. No período, os gaúchos embarcaram 1,9 milhão de pares que geraram US$ 33,3 milhões, números superiores tanto em pares (22,9%) quanto em dólares (23%) na relação com janeiro de 2016. O segundo exportador foi o Ceará, de onde partiram 4,88 milhões de pares por US$ 24,87 milhões, registros 2,4% inferiores em volume e 2,1% superiores em dólares na relação com o ano passado. No terceiro posto, São Paulo embarcou 695,8 mil pares que geraram US$ 8,57 milhões, 0,4% mais em pares e 51,4% mais em dólares no comparativo com 2016.

Importações em queda

As importações seguiram a tendência de queda registrada ao longo de 2016. No primeiro mês, entraram no Brasil 2,5 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 35,62 milhões, números inferiores tanto em volume (5,5%) quanto em valores (6,1%) na relação com o janeiro do ano passado.

As principais origens das importações seguem sendo os países asiáticos. Em janeiro, o Vietnã exportou 1,2 milhão de pares por US$ 20,75 milhões ao Brasil, quedas de 1,3% em pares e de 6,4% em valores na relação com 2016. O segundo maior vendedor internacional de calçados para o Brasil foi a Indonésia, país que enviou 369,85 mil pares por US$ 6 milhões, quedas de 21,5% em pares e de 24,5% em valores no comparativo com igual período do ano passado. A terceira origem foi a China, de onde partiram 653,2 mil pares por US$ 4,1 milhões, queda de 16,5% em pares e aumento de 10% em dólares no comparativo com 2016.

O primeiro mês do ano também registrou queda nas importações de partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc. No período entrou no Brasil o equivalente a US$ 5,34 milhões, 30% menos do que no ano passado. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.

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(*) Com informações da Abicalçados

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