Da Redação
Brasília – A medida aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) permitindo às corretoras de câmbio realizar operações de até US$ 300 mil com posição própria, sem precisar de um banco para a transação, mereceu elogios da presidente da Associação Brasileira de Câmbio Abracam), Kelly Massaro.
Para ela, “toda medida que dê mais competitividade à empresa brasileira no comércio internacional é bem vinda. A decisão anunciada recentemente pelo CMN vai nesse sentido. É preciso estimular as empresas brasileiras, e o atendimento especializado de câmbio é uma destas vertentes”.
Ao fazer uma avaliação dos resultados práticos proporcionados pela resolução aprovada pelo CMN e anunciada pelo Banco Central, a dirigente da Abracam destacou que “a decisão do CMN é um passo importante no sentido de dar mais isonomia às instituições financeiras autorizadas a operar no País. O aumento do limite é uma grande vitória para o segmento, que passa a ter melhores condições de competição com outras instituições”.
Segundo Kelly Massaro, a iniciativa teve impacto importante principalmente junto aos pequenos e micro exportadores e importadores, ressaltando que a medida “permite que estas empresas tenham um rol maior de instituições para prestar serviços de câmbio, e assim buscar tarifas mais atraentes e atendimento mais completo”.
Em seu raciocínio, a dirigente da Abracam disse que “eu gosto sempre de lembrar que no Brasil, hoje, mais de 80% das empresas exportam ou importam até US$ 1 milhão por ano. Ainda que essas empresas representem uma fatia relativamente pequena da balança comercial nacional, o aumento do limite abrange um grande número de agentes”.
Ao ampliar para US$ 300 mil o limite para realização de operações de câmbio com posição própria, o CMN contribui para que um maior número de pequenas e micro empresas busquem se inserir no comércio internacional e dar início a operações de comércio exterior.
Na percepção de Kelly Massaro, “as pequenas micro empresas não têm, em sua grande maioria, departamentos dedicados a comércio exterior com expertise em câmbio. Esse é um serviço complexo, e o papel da instituição financeira é auxiliar a empresa. As corretoras, as distribuidoras e os bancos de câmbio são especializados nessas operações, e mantêm estruturas para atendimento personalizado às empresas. Esse atendimento individual pode ser essencial para uma empresa de pequeno porte tornar aquele negócio com o exterior factível”.
As empresas do setor de turismo, e em especial as pequenas e micro empresas desse segmento, figuram entre as mais afetadas pela pandemia e na opinião de Kelly Massaro, o governo tem adotado medidas que visam reduzir os impactos da Covid-19 nas atividades do setor.
Segundo a presidente da Abracam, “as atividades do setor turístico estão paralisadas em todo o mundo, não só no Brasil, e os impactos vão para toda a cadeia. Hotéis, agências, companhias aéreas… todo tipo de serviço ao turista está parado, e os serviços de câmbio também. Já o comércio internacional sofre os impactos da desaceleração econômica global. Ele ainda existe, mas perdeu fôlego em todo o mundo. Fronteiras estão fechadas e consumidores receosos, e a situação que vemos hoje se repete em outros países. O governo brasileiro vem tomando medidas pontuais muito importantes para atenuar os impactos dessa crise que surgiu repentinamente. O Banco Central, especificamente, tem alterado prazos de resoluções, flexibilizado requerimentos de capital, entre outras medidas essenciais”.
Apesar de todos os problemas gerados pela pandemia para as operadoras de turismo e também de câmbio, Kely Massaro torce para que esses setores e a economia brasileira como um todo voltem, o quanto antes, a normalizar a vida e os negócios. Ela considera a situação “excepcionalmente ruim” mas destaca que “a equipe da Associação tem trabalhado arduamente para buscar medidas que atenuem os impactos da crise. Não paramos um dia, todos trabalham incansavelmente de suas casas. Ao mesmo tempo, temos oferecidos diversos cursos e palestras online para que os colaboradores das instituições obtenham mais conhecimento”.
