Algodão: reavaliação da área plantada mostra expansão

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Da Reportagem
A estimativa inicial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontava recuo na área plantada do algodão, safra 09/10, que deveria encolher de 387 mil hectares para até 321 mil hectares. O levantamento também indicava queda na produção (que cairia de 580 mil toneladas para 492 mil toneladas), com produtividade média de 1.540 quilos por hectares. Essas estimativas, contudo, caíram por terra durante a fase de plantio, iniciada em dezembro e concluída na semana passada, mostrando a ótima reação do produtor ante o cenário adverso de preços, câmbio e custos de produção.

A “virada de mesa” dos produtores fez a Conab rever suas previsões de área e produção. No último levantamento, o órgão já apresentava uma estimativa “atualizada” de 392 mil hectares e 603 mil toneladas de pluma.

O mesmo aconteceu em relação à Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), que de uma projeção negativa no início da safra, já estima expansão de 12,06% na produção, que deverá saltar de 580 mil toneladas para 650 mil toneladas de pluma.

A entidade prevê também incremento na área plantada, que deverá atingir este ano 425 mil hectares. Deste total, 143 mil hectares são ocupados pelo algodão plantado em dezembro, 232 mil hectares do algodão de janeiro e, 50 mil hectares, do adensado (plantio com metade do espaçamento convencional).

“Os trabalhos estão no fim, resta apenas uma quantidade insignificante de algodão adensado para ser plantada”, informa o diretor executivo da Ampa, Décio Tocantins.

Segundo ele, este ano os produtores plantaram mais, porém a preocupação é quanto à colheita e comercialização. “O cenário para este ano é de expectativas em relação ao mercado, pois ninguém sabe como se comportarão cotações e câmbio”, alerta.

Ele informou que este ano o clima favoreceu o plantio do algodão em todas as regiões do Estado, uma vez que a soja foi plantada mais cedo e liberou o espaço à pluma.

Evolução

“Com exceção da região de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio, onde as fortes chuvas atrapalharam a colheita da soja e retardaram um pouco o plantio do algodão, a situação é boa para os produtores nas demais regiões do Estado”, avalia. Na região norte, as lavouras seguem com bom desenvolvimento e o controle de pragas está dentro da normalidade, com algum atraso na parte operacional dos manejos (tratos culturais e fitossanitários, por exemplo).

No sul do Estado, o algodão apresenta desenvolvimento normal nos principais pólos produtores, como Primavera, Rondonópolis e Campo Verde.

Na avaliação dos produtores, a retração inicial prevista pela Conab e Ampa estava relacionada a fatores como política cambial, baixas cotações do produto nos mercados interno e externo, maior desvantagem comparativa com a soja e alto custo de produção se comparado a outras culturas. “Ainda estamos com problemas, pois os preços dos fertilizantes voltaram a aumentar”, afirma o diretor da Ampa. (MM)

Fonte: Diário de Cuiabá (27/2)

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