Apesar da queda no volume, exportação de calçados tem alta de 5% na receita em fevereiro

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Novo Hamburgo – De acordo com dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em fevereiro, os calçadistas exportaram 9,16 milhões de pares que geraram US$ 81,54 milhões, 6,8% menos em volume e 5% mais em receita no comparativo com igual mês de 2016. Com isso, no acumulado do bimestre, os exportadores de calçados chegaram a 20,53 milhões de pares embarcados que geraram US$ 162,9 milhões, volume 3,5% menor e receita 10,8% maior no comparativo com igual período do ano passado.

O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, ressalta que, embora o resultado ainda seja positivo na comparação com o mesmo mês do ano passado, o registro já demonstra um arrefecimento das exportações, que haviam crescido mais de 17% em janeiro. “O dólar sofreu uma forte desvalorização a partir do final do ano passado, passando de uma mediana de R$ 3,40 para R$ 3,15. O impacto foi muito forte na formação de preços”, explica o executivo, ressaltando que o dólar valorizado promove condições para a formação de preços mais competitivos para o calçado brasileiro no exterior.

Projeções

Segundo ele, as projeções não são positivas para as exportações ao longo do ano. “Ao contrário do ano passado, quando vivíamos um momento de contração da demanda interna por calçados ao passo que as exportações indicavam uma espécie de porto seguro da atividade, em 2017 a gangorra se inverteu. Com uma política internacional influenciada pelas atitudes do polêmico presidente norte-americano Donald Trump, seus flertes com o protecionismo e a possibilidade de aumento dos juros básicos dos Estados Unidos – atribuição do banco central estadunidense, o FED – a taxa cambial perdeu qualquer previsibilidade”, avalia, ressaltando que, “empatar com o mesmo resultado do ano anterior já terá sido uma façanha”.

Destinos

Principal destino do calçado brasileiro desde os primeiros embarques, na década de 1970, os Estados Unidos diminuíram suas importações de calçados brasileiros no primeiro bimestre. Nos dois primeiros meses do ano, os-americanos compraram 2,24 milhões de pares por US$ 33 milhões, resultados inferiores tanto em pares (-13,5%) quanto em valores (-1,4%) no comparativo com igual período de 2016. A Argentina, segundo destino, importou 928,5 mil pares que geraram US$ 15,74 milhões, números superiores em volume (28,1%) e em dólares (64,6%) na relação com o mesmo período do ano passado. O terceiro principal destino do calçado brasileiro no período foi a França, que importou 1,7 milhão de pares por US$ 13,5 milhões, números inferiores tanto em volume (-56,3%) quanto em receita (-13%) no comparativo com o primeiro bimestre de 2016.

Estados

No primeiro bimestre do ano o Rio Grande do Sul seguiu sendo o principal exportador de calçados do Brasil. No período, os gaúchos embarcaram 4,3 milhões de pares que geraram US$ 72,36 milhões, registros superiores tanto em pares (19,2%) quanto em receita (18%) no comparativo com igual período de 2016. O Ceará apareceu no segundo posto, tendo embarcado 8 milhões de pares por US$ 43,38 milhões, resultados inferiores em volume (-0,5%) e receita (-2,8%) no comparativo com o mesmo ínterim do ano passado. O terceiro exportador foi São Paulo, de onde partiram 1,26 milhão de pares que geraram US$ 17,42 milhões, 8,5% menos em volume e 15,8% mais em receita no comparativo com o primeiro bimestre de 2016.

Importações

Mesmo que em queda, as importações já deram os primeiros sinais de retomada. Com a melhora gradual de emanda doméstica e o dólar desvalorizado, essa deve ser a realidade para o restante do ano. No primeiro bimestre entraram no Brasil 4,7 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 61,4 milhões, números inferiores em volume (-19,4%) e em dólares (-13,1%) no comparativo com igual período do ano passado – quando as exportações caíram mais de 30% na relação com 2015.

As principais origens das importações de calçados seguem sendo os países asiáticos. Nos meses de janeiro e fevereiro, o Vietnã exportou 1,9 milhão de pares por US$ 35,24 milhões ao Brasil, números inferiores em pares (-10,8%) e em dólares (-8,5%) na relação com 2016. A segunda origem foi a Indonésia, que exportou 619,67 mil pares, equivalente a US$ 11,14 milhões, para o Brasil. Os números são inferiores tanto em volume (-33%) quanto em dólares (-32%) no comparativo com o ano passado. A terceira origem foi a China, de onde partiram 1,72 milhão de pares pelos quais foram pagos US$ 6,58 milhões, registros inferiores em volume (-27,8%) e em valores (-23,4%) na relação com 2016.

O primeiro bimestre foi de baixa também para as importações de partes de calçados – palmilhas, solas, saltos, cabedais etc -, que caíram 59% na relação com o mesmo período de 2016, somando US$ 1,57 milhão.

Confira as tabelas completas no link

(*) Com informações da Abicalçados

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