Brasília – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) apresentou aos participantes do Fórum de Empresas Transnacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) uma pesquisa sobre internacionalização de empresas, que pode ser considerada a maior já feita no país, em termos de número de empresas respondentes (229).
Segundo Maria Luísa Cravo Wittenberg, Gerente de Investimentos da Apex-Brasil, os principais objetivos da pesquisa foram identificar os países priorizados pelo setor empresarial para expansão internacional nos próximos anos, bem como os principais desafios na internacionalização das empresas brasileiras.
“Estas informações nos permitirão influenciar a geração de políticas públicas para internacionalização por parte do governo federal e desenvolver soluções da Apex-Brasil orientadas às necessidades da empresa”, comenta Maria Luísa.
Participaram da pesquisa, realizada em 2016, CEOs e diretores de 229 empresas nacionais, que falaram sobre suas intenções de expansão internacional, mercados alvo prioritários, desafios e expectativas.
A pesquisa considera internacionalização como a abertura de uma operação própria da empresa brasileira no exterior, seja escritório comercial, centro de distribuição, franquia, loja, unidade produtiva, parceria com outra empresa, entre outras possibilidades.
Os resultados mostram que os Estados Unidos são a prioridade das empresas brasileiras que pretendem se internacionalizar: o país é citado por 68,8% das empresas, seguido por Colômbia (23,4%), México (21,3%), Argentina (17,7%) e Emirados Árabes Unidos (15,6%).
As razões que motivam a internacionalização das empresas são o aumento nas vendas (72,7%), a diversificação de riscos (65,3%) e a proteção em relação à volatilidade do mercado doméstico (61,3%).
Maria Luísa pontua que, ao se internacionalizar, a empresa fica mais próxima do cliente e a partir daí pode adaptar melhor o seu produto ou serviço ao mercado local, perceber as movimentações dos concorrentes, entender a demanda e, ao final, aumentar significativamente o seu faturamento.
Segundo a pesquisa, o modo de entrada preferido pelas empresas varia de acordo com cada país: para Estados Unidos, Colômbia e EAU, a principal forma considerada pelas empresas é a abertura de um escritório comercial, enquanto para México e Argentina prevalece a intenção de criar uma distribuidora ou armazém.
As dificuldades para implantar a operação também variam significativamente de acordo com cada país. Para os Estados Unidos, por exemplo, o que aparece no topo da lista é a dificuldade em prospectar parceiros no exterior (59%), seguida pela dificuldade que as empresas percebem em desenvolver uma estrutura organizacional internacional (57%), ou seja, em expatriar funcionários, garantir que a cultura corporativa seja entendida, entre outros pontos relacionados à gestão.
“Sempre falamos que a internacionalização tem dois aspectos: o do negócio e o da gestão. E, geralmente, as empresas não estão preparadas para adaptar sua gestão ao mercado exterior. Nosso Programa de Internacionalização as ajuda a ver todos os aspectos envolvidos em ações desta natureza e a se preparar para isso”, explica Maria Luísa.
De maneira geral, nos países prioritários, os principais problemas apontados foram: seleção e parceiros para alianças, análise tributária/fiscal e desenho de modelo de negócio adaptado ao país alvo.
(*) Com informações da Apex-Brasil
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