Apex-Brasil apresenta estudo que indica os mercados para exportações do Ceará

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Brasília – A Apex-Brasil elaborou um estudo que analisa detalhadamente a situação atual das exportações cearenses e destaca países que podem ser novos alvos das exportações cearenses, além de mercados que já são compradores, mas para os quais pode haver aumentos das vendas. O Estudo de Oportunidades contempla produtos como melões, bananas frescas ou secas, camarão congelado, lagosta congelada, castanha de caju, massas e preparações alimentícias, fios e tecidos de algodão, couro e seus produtos, calçados, obras de trançaria, obras de pedras e semelhantes.

As conclusões do estudo foram apresentadas para empresas e entidades setoriais durante um evento na FIEC (Federação da Indústria do Estado do Ceará), no dia 08/09, que  celebrou os dois anos de funcionamento da Unidade de Atendimento da Apex-Brasil no Centro Internacional de Negócios (CIN) em Fortaleza, viabilizada por um convênio entre a Agência e a FIEC.

As Unidades de Atendimento da Apex-Brasil, que contam com a parceria da Rede CIN, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão presentes em dez estados (AM, CE, PE, GO, SP, MG, SP, SC, PR e RS) e têm o objetivo de deixar os serviços oferecidos pela Apex-Brasil e por seus parceiros próximos aos empresários e, assim, fomentar as exportações brasileiras. As empresas que procuram a Unidade na FIEC têm acesso a informações técnicas e objetivas sobre oportunidades de negócios, pesquisas e prospecções de mercados, projetos conjuntos da CNI e da Apex-Brasil, bem como sobre como participar de eventos internacionais.

“A Unidade de Atendimento na FIEC atende a uma demanda já identificada especificamente para o Ceará – estado que tem demonstrado forte potencial para exportação, como comprova o estudo que nossa área de Inteligência Comercial e Competitiva preparou”, afirma Sérgio Costa, gerente de negócios da Apex-Brasil.

Somente em 2009, a unidade em Fortaleza realizou 230 atendimentos a empresários, entidades setoriais, instituições de apoio, investidores estrangeiros e estudantes. Desse total, aproximadamente 150 empresas foram cadastradas pela Apex-Brasil, sendo que 58% são micro e pequenas; 17% são de porte médio, e 12% são indústrias de grande porte. O percentual restante (13%) foi composto por empresas/investidores estrangeiros e entidades setoriais.

Ao todo, as Unidades de Atendimento da Apex-Brasil já atenderam a 2.485 clientes desde 2009, sendo que 92% são empresas. “As Unidades favorecem a criação de novos serviços, como os estudos de vocação exportadora dos estados, que estamos lançando aqui no Ceará. Além disso, fortalecem a parceria com as Federações estaduais, que têm ações complementares às nossas no apoio ao exportador”, comenta Costa.

Estudo de Oportunidades

O “Estudo de Oportunidades dos Principais Setores Cearenses” aponta que, desde 2003, o Ceará tem oscilado no ranking das exportações por Unidade da Federação entre a 14ª e a 16ª posição. Em 2008 e 2009, mesmo sob os efeitos da crise internacional, sustentou-se na 14ª colocação entre os Estados brasileiros e na 3ª posição entre os Estados nordestinos (atrás apenas de Bahia e Maranhão). A participação das exportações cearenses no total do valor exportado pelo Brasil tem variado, nos últimos anos, entre 0,6% e 1,0%.

O valor exportado pelo Ceará cresceu, entre 2003 e 2008, a uma taxa média anual de 10,8%. Somente de 2008 para 2009, em virtude da crise internacional, houve recuo no valor exportado pelo Estado, da ordem de 15,3% – redução menos expressiva do que a queda no valor exportado pelo Brasil, que foi de 22,7%. A soma das vendas entre outubro de 2009 e março de 2010 foi de US$ 629,4 milhões, 10,7% inferior ao projetado para o mesmo período um ano antes. Mas em janeiro de 2009 observou-se a retomada da tendência de crescimento, que se estendeu até o fim da série de análises, em abril de 2010.

Setores

As exportações do Ceará estão concentradas em calçados, castanha de caju, frutas, lagostas, couros e têxteis, produtos que, juntos, respondem por mais de 75% do total da pauta. Nos anos de 2003 a 2008, mais da metade do valor exportado está classificado como manufaturados intensivos em trabalho, agregação que inclui tecelagem, produção de calçados, curtimento e outras preparações de couro.

A participação dos produtos primários cresceu de 18,5% para 23% do total exportado entre 2003 e 2008, em virtude do aumento das exportações de lavouras temporárias (melões, abacaxis e melancias) e de conservas de frutas, legumes e outros vegetais, principalmente castanhas de caju.

Por sua vez, o aumento da participação de produtos intensivos em economias de escala (de 4,5% em 2003 para 7,6% em 2008) está associado aos segmentos de Eletrodomésticos e Siderurgia, que cresceram a taxa média anual de 39,5% e 18,4% no período, respectivamente. A maior redução de participação foi registrada para produtos intensivos em recursos naturais, em função da queda nas vendas externas de pescado (camarões e lagosta congelados).

Mercados

Com relação aos destinos das exportações cearenses, verificou-se que houve redução da participação acumulada dos dez e quinze principais parceiros comerciais do Estado entre 1996 e 2009, o que demonstra que houve um processo de diversificação de destinos. No entanto, os Estados Unidos mantiveram a primeira posição durante todo o período analisado, porém sua participação teve uma queda de 16,6 pontos percentuais entre 1996 e 2009.

O Reino Unido e a China foram os destinos que ganharam mais importância para as exportações cearenses: o primeiro passou de 13º principal destino em 1996 para 3º em 2008. Por sua vez, a China, que não importava do Estado em 1996, tornou-se o 10º principal comprador em 2008.

Em 2008, as exportações de melões, bananas e camarão congelado tinham como principal destino a Europa, sendo que castanha de caju e lagosta congelada também registraram vendas substanciais para os Estados Unidos. Os destinos com oportunidades para esses subgrupos estão, justamente, na América do Norte ou Europa. Algumas exceções são: Japão e Hong Kong, como oportunidade para o subgrupo de lagosta congelada, e Egito e África do Sul, com elevado crescimento nos últimos anos na importação de camarões congelados. Para castanha de caju e massas alimentícias, as oportunidades estão presentes em todos os continentes, especialmente para as empresas de grande porte.

Os produtos intensivos em trabalho, como produtos de algodão, calçados, obras de trançaria, couros e produtos de couro, exportam para uma maior variedade de destino, embora os grandes volumes sejam, novamente, comprados pela América do Norte e do Sul – especialmente Estados Unidos e Argentina – e pela Europa. A exceção é o elevado valor das compras de couro realizadas por países asiáticos, principalmente a Indonésia, Vietnã e China.

Para produtos de couro e calçados, os destinos recomendados para as empresas de médio e grande portes estão em todos os continentes, mas as empresas de micro ou pequeno porte também têm oportunidades em diversos mercados. Isso se deve, em parte, ao fato de os produtos cearenses já estarem posicionados em vários países, em regiões diversas do mundo. Entre as oportunidades para as vendas de couro, nota-se a ausência dos Estados Unidos. Outro resultado interessante é a oportunidade identificada para fios de algodão na Colômbia e Venezuela. Em 2008, a América do Sul era o principal destino das exportações cearenses desse produto, tendo Argentina e Equador como destinos consolidados.

Por fim, o único segmento selecionado pelo Estudo que é intensivo em economias de escala é obras de pedras e semelhantes, cuja especialidade, no Ceará, está relacionada às vendas de granito e mica. Os principais destinos para esse grupo de produtos, em 2008, foram os Estados Unidos, na América do Norte, alguns países da Europa e China, na Ásia. Além de aumentar sua participação nos mercados desses continentes, existem oportunidades inexploradas na Ásia e em alguns países na África.

Fonte: Assessoria de Imprensa Apex-Brasil

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