Após 15 anos de superávits elevados, Brasil poderá ter déficit no intercâmbio comercial com Argentina

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Da Redação

Brasília – Pela primeira vez desde 2003, o Brasil poderá fechar o ano com um saldo negativo no comércio bilateral com a Argentina. Após obter um saldo de US$ 3,862 bilhões no ano passado, o país registrou um déficit nas trocas com o vizinho no primeiro semestre deste ano, no valor de US$ 149 milhões e tudo indica que terminará o ano de 2019 com um déficit nas trocas comerciais com o país vizinho.

De janeiro a junho houve quedas expressivas tanto nas exportações quanto nas importações mas ainda assim a Argentina permaneceu como terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas das China e dos Estados Unidos.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, nos seis primeiros meses deste ano as exportações para a Argentina recuaram 41,1%, por conta da retração nos embarques de automóveis de passageiros, veículos de carga, tratores, autopeças, óleos combustíveis, máquinas e aparelhos para terraplanagem, máquinas e aparelhos para uso agrícola, laminados planos de ferro/aço, chassis com motor para automóveis e polímeros plásticos, dentre outros.

Do lado das importações houve uma alta de 3,8% com aumento nas compras brasileiras de veículos de carga, trigo em grãos, cevada em grãos, ônibus e outros veículos para mais de 10 pessoas, garrafas e frascos de vidro, produtos hortícolas preparados, feijão preto, malte inteiro ou partido não torrado e pneumáticos.

Nos seis primeiros meses do ano as exportações brasileiras totalizaram US$ 5,256 bilhões, correspondentes a 4,69% das vendas externas totais do país. Foram registradas quedas em todas as categorias por fator agregado. As vendas de produtos básicos caíram 21,1% para US$ 383 milhões, os embarques de semimanufaturados tiveram uma contração de 37,5% e geraram receita no valor de US$ 142 milhões, enquanto os embarques de produtos manufaturados totalizaram US$ 4,63 bilhões, queda de 42,7% no primeiro semestre do ano.

Os principais produtos exportados para o país vizinho foram automóveis (US$ 1,17 bilhão), partes e peças para automóveis (US$ 414 milhões), veículos de carga (US$ 209 milhões), minérios de ferro (US$ 159 milhões) e motores para automóveis (US$ 81 milhões).

De janeiro a maio, as exportações argentinas para o Brasil alcançaram a cifra de US$ 5,305 bilhões (alta de 3,01%). Por fator agregado, as vendas de produtos básicos somaram US$ 1,21 bilhão (alta de 16,4%), os embarques de semimanufaturados totalizaram US$ 180 milhões (queda de 5,8%) e as vendas de produtos manufaturados, da ordem de US$ 3,92 bilhões, ficaram praticamente estáveis, com uma ligeira queda de 0,1%.

A exemplo do que acontece em relação ao Brasil, a indústria automobilística segue como o carro-chefe das exportações argentinas para seu maior parceiro comercial. Os veículos de carga foram o principal item exportado, no total de US$ 1,2 bilhão. A seguir vieram trigo em grãos (US$ 693 milhões), automóveis de passageiros (US$ 688 milhões), partes e peças para veículos (US$ 211 milhões) e polímeros plásticos (US$ 199 milhões).

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