Após avanços em duas rodadas, Brasil e Chile voltarão a negociar acordo de livre comércio

Compartilhe:

Da Redação

Brasília – Representantes dos governos brasileiro e chileno voltarão a se reunir entre os dias 12 e 14 de setembro, em Brasília, para a III Rodada Negociadora do Acordo de Livre Comércio Brasil-Chile. O processo negociador foi lançado no dia 27 de abril deste ano, por ocasião da visita do presidente Sebastián Piñera a Brasília e tiveram continuidade entre 7 e 10 de agosto, em Santiago. O Chile é o quinto maior mercado para as exportações brasileiras e o décimo-primeiro para as importações.

Nas negociações realizadas na capital chilena, foram concluídos os capítulos sobre Política de Concorrência, Boas Práticas Regulatórias e Micro, Pequenas e Médias Empresas e Empreendedorismo.

Na avaliação do Itamaraty, a rodada negociadora de Santiago permitiu que fossem alcançados avanços substanciais nos demais capítulos que integram o futuro acordo: comércio de serviços; comércio eletrônico; telecomunicações; medidas sanitárias e fitossanitárias; facilitação de comércio; obstáculos técnicos ao comércio; cooperação econômico-comercial; comércio e gênero; comércio e assuntos trabalhistas; comércio e meio ambiente; assuntos institucionais e solução de controvérsias.

Parceiro comercial relevante

O Chile é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul, atrás apenas da Argentina (quarto maior sócio comercial do Brasil em todo o mundo) e é também importante destino dos investimentos brasileiros na região. Por outro lado, o Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América do Sul e principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com estoque de US$ 31 bilhões.

Em 2017, o intercâmbio comercial bilateral alcançou a cifra de US$ 8,5 bilhões, com uma alta consistente de 22% em relação ao ano anterior. Este ano, de janeiro a julho, as trocas entre os dois países totalizaram US$ 5,55 bilhões, com um aumento de 12,44% em relação ao mesmo período de 2017.

De janeiro a julho, o Brasil exportou para o Chile mercadorias no valor de US$ 3,531 bilhões (alta de 19,6%) e importou bens no montante de US$ 2,020 bilhões. A balança comercial com o Chile gerou para o Brasil um superávit de US$ 1,51 bilhão. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Nos sete primeiros meses deste ano foram registradas altas nas exportações brasileiras de todos os produtos por valor agregado. Em relação aos produtos básicos, a alta de 34,4% fez com que as vendas totalizassem US$ 1,72 bilhão e correspondessem a 48,6% do total embarcado para o país vizinho. Entre os semimanufaturados, apesar do aumento de 117,1%, as exportações somaram apenas US$ 62 milhões (1,75% do volume exportado). Por sua vez, as exportações de produtos manufaturados, da ordem de US$ 1,74 bilhão, tiveram um crescimento de 6,4% no período, e representaram 49,4% do total embarcado.

No tocante a produtos, a pauta exportadora brasileira foi liderada pelos óleos de petróleo (US$ 1,3 bilhão e participação de 37%), seguidos pela carne bovina (US$ 252 milhões e 7,1% de participação nas exportações). Outro destaque nos embarques para o Chile foram os automóveis, que geraram uma receita no valor de US$ 202 milhões, o que fez do país andino um dos principais mercados para os automóveis brasileiros no exterior. Também se destacaram as vendas de veículos de carga, no montante de US$ 138 milhões, e os demais produtos manufaturados, com um total de US$ 118 milhões.

Do lado chileno, as vendas para o Brasil se mostraram bastante equilibradas nas três principais categorias de produtos por valor agregado. As exportações de produtos básicos somaram US$ 735 milhões (participação de 36,4%), as vendas de semimanufaturados geraram receita no valor de US$ 761 milhões (com uma fatia de 37,7% das exportações) enquanto os bens manufaturados totalizaram US$ 524 milhões, com uma participação de 25,9% nas exportações totais chilenas para o Brasil.

Os catodos de cobre seguiram liderando a pauta exportadora chilena, com uma receita de US$ 660 milhões (33%), seguidos pelo  salmão-do-Pacífico, com exportações de US$ 300 milhões (15% das exportações para o Brasil), minérios de cobre, no total de US$ 191 milhões (9,5% de participação), alcoóis acíclicos, no valor de US$ 97 milhões (4,8%) e demais produtos manufaturados, no montante de US$ 82 milhões (participação de 4,1% nas exportações chilenas para o Brasil).

Tags: