Argentina em crise segue derrubando exportações brasileiras de veículos: ano acumula queda de 37,8%

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Da Redação (*)

Brasília –  Agrave crise econômica na Argentina segue causando estragos e gerando grande preocupação para a indústria automobilística brasileira e o setor segue acumulando resultados negativos em sua balança comercial. Entre os meses de janeiro e agosto foi registrada uma contração de 37,8%  nos embarques para o exterior, comparativamente com o mesmo período de 2018. De julho para agosto a queda foi de 12,8% e na comparação com agosto do ano passado houve uma queda de 34,6%.  Os dados foram divulgados hoje (5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea).

Ao comentar os dados de mais um mês com resultados negativos para o setor, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que “estamos preocupados com esses números desde o começo do ano. Nós temos informado que a dependência do mercado argentino no nosso setor é muito alta, com 70% da nossa exportação sendo para a Argentina, que está passando por uma crise desde o começo do ano, tem uma eleição agora, um momento delicado. Eles realmente são um desafio para o setor e nós não vemos, no curto prazo, uma solução que possa ter um impacto positivo para nós”.

Além do fraco movimento no setor externo, a indústria automobilística registrou no mês de agosto uma queda de 0,3%,  na comparação com julho, passando de 243,6 mil unidades para 243,0 mil. Em relação a agosto do ano passado, quando foram vendidas 248,6 mil unidades, também houve queda de 2,3%. Já no acumulado do ano, foi registrada elevação de 9,9%, com 1,79 milhão de veículos comercializados. A Anfavea atribui a queda do mês ao número de dias úteis.

Apesar dos dados negativos acumulados nos últimos meses, o presidente da Anfavea acredita que as vendas devem crescer cerca de 11% no ano, tendo em vista o acumulado registrado. Segundo ele, normalmente o segundo semestre sempre é um período melhor do que o primeiro e neste ano vem aliado a outros fatores.

“A redução da taxa Selic está vindo para os financiamentos, o CDC, que é a principal ferramenta de financiamento, está com uma taxa de 20% ao ano, e os bancos estão com apetite de oferecer mais crédito e a inadimplência está sob controle. Não vai ser um grande crescimento, mas será melhor do que o primeiro semestre”, disse.

Produção                                                     

Segundo a Anfavea, a produção de veículos em agosto foi de 269,8 mil unidades, 1,1% a mais do que em julho, de 267 mil. Já na comparação com agosto do ano passado, houve queda de 7,3%. No acumulado do ano, a produção cresceu 2%.

“Não devemos ajustar a produção diante do cenário da Argentina porque ela (produção) já vem sendo ajustada desde o início do ano de acordo com cada planta. Cada montadora está fazendo seu ajuste de acordo com seu produto, seu volume”, disse.

(*) Com informações da Agência Brasil

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