Balança registra saldo de US$ 1,6 bilhão em julho. No ano, deficit, de US$ 916 milhões

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Da Redação (*)

Brasília – A balança comercial brasileira fechou o mês de julho com um superávit de US$ 1,6 bilhão devido, principalmente, ao aumento expressivo das vendas de petróleo. Este foi o segundo melhor resultado mensal para a balança comercial no ano. Entretanto, o saldo positivo do mês passado ainda não foi suficiente para reverter o déficit acumulado no ano, que soma US$ 916 milhões, informou nesta sexta-feira (1) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O resultado de julho foi ajudado pela venda “artificial” de uma plataforma de petróleo para Cingapura, no valor de US$ 866 milhões. Trata-se de uma exportação fictícia, já que a venda é registrada, mas o equipamento não chega a sair do país. A empresa exportadora recorre à operação para obter vantagens fiscais.

Segundo o MDIC, as vendas de petróleo somaram US$ 2,6 bilhões, uma alta de 276% frente ao mesmo mês do ano passado. O aumento, segundo o governo, deve-se ao incremento da produção da Petrobras. Assim, as exportações em julho chegaram a US$ 23 bilhões, aumento de 10,7%. Já as importações foram de US$ 21,4 bilhões, queda de 5,5% frente ao mesmo mês de 2013;

A retomada das exportações de petróleo compensou a queda nas vendas para a Argentina, terceiro maior comprador de produtos brasileiros. A redução nos embarques para o país vizinho vem se intensificando a cada mês. Em julho, as vendas caíram 33,5%. No acumulado do ano, a queda é de 22,1%. É uma má notícia para a indústria, já que os argentinos são os principais consumidores de produtos manufaturados.

A crise na Argentina vem afetando principalmente o setor automotivo, apesar das rodadas recentes de negociação entre os dois países para destravar o comércio bilateral. Nos primeiros sete meses do ano, a quedaacumulada nas exportações de automóveis para a Argentina é de 36% frente ao mesmo período do ano passado..

Segundo Roberto Dantas, diretor do Departamento de Estatísticas e Apoio ao Comércio Exterior do MDIC, “a questão da Argentina é muito delicada. Temos de aguardar para ver como andarão as negociações [da dívida]. Não podemos de antemão falar do efeito imediato nas relações de comércio exterior com o Brasil”

Mas as exportações brasileiras não estão caindo apenas em relação à Argentina. Retrações foram também registradas em julho nas exportações  para a União Europeia (-3,1%), África (-1,6%) e Europa Oriental (-3,8%).

Por outro lado, houve forte crescimento das vendas para os Estados Unidos (+24,1%), por conta especialmente de petróleo. Também aumentaram as compras de produtos brasileiros na China (1%), na América Latina e Caribe (+12,3%) e no Oriente Médio (+10,5%) em julho frente ao mesmo mês de 2013.

No mês de julho registrou-se aumento nas exportações em todos os segmentos ante julho de 2013. As vendas de semimanufaturados (+18%) e os básicos (16,5%) cresceram em ritmo forte, enquanto no segmento de manufaturados o crescimento foi marginal, de 0,6%. No caso dos produtos básicos, a exportação de US$ 11,6 bilhões foi a maior já registrada num mês de julho.

Ao mesmo tempo, as compras do exterior retrocederam em todas as categorias: combustíveis e lubrificantes (-7,4%), bens de capital (-11,2%), matérias-primas e intermediários (-0,5%) e bens de consumo (-9,2%).

(*) Com informações das Agências

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