São Paulo – O Brasil tem, pelo menos, três forças essenciais à chamada economia do futuro: energia verde e renovável, produção de alimentos e acelerada inserção digital dos negócios. Na manhã desta terça-feira (14), as primeiras palestras do Brasil Investment Forum, em São Paulo, apontaram esses potenciais como os elementos chave que farão do Brasil a maior fronteira aberta a investimentos externos na América Latina. O panorama nacional foi elucidado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e o global pelo Sir Martin Sorrell, presidente executivo da multinacional S4 Capital.
Guedes destacou os resultados positivos das reformas feitas desde 2019. Segundo o ministro da Economia, as contas do governo federal registraram um deficit de R$ 35,1 bilhões em 2021 e este foi o melhor desde 2014, além de ter exprimido uma retomada dos impactos da pandemia do Coronavírus, uma vez que foi 95% menor que o deficit histórico de R$ 743 bilhões de 2020.
“Nós começamos o governo com um programa muito claro, o do caminho da prosperidade, que já foi percorrido por várias nações, como a Alemanha no pós Primeira Guerra Mundial. O primeiro grande gasto era o da previdência e resolvemos, junto ao Legislativo, logo no início do governo. O segundo era relacionado aos juros muito altos e endividamento em bola de neve da União. Gastávamos cerca de R$ 400 bilhões por ano com juros da dívida pública. Lutamos por privatizações, e as subsidiárias estatais que conseguimos incluir nesse processo já geraram mais de R$ 250 bilhões ao governo federal”, disse Guedes.
Este cenário, como explicou o ministro, contrasta com o internacional, de impacto da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em 2021, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo a projeção que fez sobre o Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Em julho de 2021, a estimativa era de crescimento de 6,0%, e nos últimos meses foi de 5,9%. Para esse ano, a previsão do FMI é cerca de 3%.
A questão também foi destacada pelo segundo palestrante, o expert em comunicação e marketing digital Martin Sorrell, que mencionou ainda um possível retrocesso na globalização, em função das questões mencionadas sobre a conjuntura mundial. Para Sorell, a tendência é que as trocas entre os países se deem de forma cada vez mais regionais e que os hábitos das pessoas sejam cada vez mais individualizados, uma vez que cresce nas plataformas digitais e na cibercultura o trabalho com análise de dados e publicidade especializada, conforme preferências do usuário de Internet.
“O que o ministro Paulo Guedes disse foi certeiro porque o mundo está mudando, tanto em fatores econômicos, como de hábitos. E o investimento em tecnologia é sinônimo de desenvolvimento desde relações de trabalho até de otimização de práticas comerciais e de segurança pública”, destacou.
De acordo com dados do Conselho Executivo de Normas-Padrão (CENP), em 2021 o meio digital representou 33,5% dos investimentos em publicidade pelas maiores agências do país. Sorrell observa como promissor, para os investimentos externos, o avanço do processo de digitalização dos negócios no Brasil. “A mudança do marketing para o digital é um oxigênio ao país para mudanças. E é isso que o mundo pede cada vez mais das nações”, concluiu.
(*) Com informações da ApexBrasil