Brasil busca exportar carne de frango para a Malásia e ampliar mercado no Oriente Médio

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Da Redação

O Brasil quer exportar carne de frango para a Malásia e, com isso, obter uma espécie de passaporte de ingresso em todo o mercado do Oriente Médio. Os primeiros contatos de prospecção do mercado malásio foram feitos durante o giro do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, entre os dias 11 e 18 de novembro.

Nesse período, além de visitar a Arábia Saudita e a China, onde assinou acordos abrindo os mercados saudita e chinês para a carne brasileira, Geller esteve também em Kuala Lumpur onde deu início aos contatos que no futuro poderão resultar no início das exportações de carne de frango para a Malásia.

Segundo uma fonte do Mapa, os contatos preliminares não resultaram em avanços significativos mas o importante é que o ministro Neri Geller teve a oportunidade de apresentar ao seu homólogo da Malásia um panorama do agronegócio brasileiro e especialmente da indústria de carne de frango e bovina do Brasil.

De acordo com a fonte, “o acesso ao mercado da Malásia é de grande importância para os exportadores brasileiros de frangos. Isto porque a escola ortodoxa de abate Halal foi criada naquele país e até hoje seu controle é extremamente rígido na Malásia. A possível abertura desse mercado para o Brasil significa uma referência de qualidade desse abate para o Brasil, dando mais credibilidade para a carne de  frango exportada pelo Brasil para todo o mercado árabe. Exportar para a Malásia é considerado, informalmente, possuir um selo de qualidade em termos de abate Halal. Quem está habilitado a exportar para a Malásia conta com excepcionais condições de acesso a todo o mercado do Oriente Médio”.

Brasil busca exportar carne de frango bA  Certificação Halal é emitida pelo Centro Islâmico no Brasil para produtos, serviços ou linhas de produção de diversas areas, quando são preenchidos todos os requisitos de produção Halal.

Depois que todas as condições religiosas e obrigatórias são providas na produção, o Certificado Halal será emitido, de acordo com as seguintes condições:

  1. O Centro Islâmico no Brasil deve receber os devidos relatórios de produção assinados e autenticados pelos seus supervisores estabelecidos nas indústrias;
  1. A indústria deve ser aprovada nas auditorias contínuas realizadas pelo Centro Islâmico no Brasil;
  1. O Certificado Halal emitido deve ser assinado pelo líder religioso do Centro Islâmico no Brasil ou seu representante legal, sem exceções;
  1. Para garantir a autenticidade do mesmo, o Certificado Halal emitido deve possuir a marca e o selo especial do Centro Islâmico no Brasil.

Segundo a Alimentos Halal Brasil, “hoje, o mercado Halal é considerado um mercado em constante crescimento e com grande potencial. Os muçulmanos, que de acordo com as leis islâmicas só podem consumir alimentos Halal, com uma população estimada em 28% da população mundial, formam um dos maiores mercados de alimentos e bens de consumo do mundo inteiro. E hoje em dia o segmento Halal não se limita aos produtos alimentícios e de proteína animal, mas inclui diversos domínios, tais como produtos farmcêuticos, sanitários, cosméticos e de vestuário, ou mesmo serviços de turismo, financeiros e mídia. Isso faz com que o número de consumidores de produtos e serviços Halal não se restrinja aos muçulmanos, pois atualmente o selo de garantia “Halal”é um símbolo de qualidade superior, observância precisa, saúde e preservação dos recursos naturais”.

Comércio bilateral

Com uma população de cerca de 30 milhões de habitantes, a Malásia tem um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de US$ 746 bilhões e é a terceira maior economia da ASEAN e a vigésima-oitava economia do mundo..

A Malásia é um importante parceiro comercial do Brasil. De janeiro a outubro, as exportações brasileiras para o país asiático totalizaram US$ 1,289 bilhão, com um crescimento de 18,21% sobre as exportações de igual período do ano passado. Em contrapartida, a Malásia exportou para o Brasil produtos no valor de US$ 1,627 bilhão, com uma queda de 9,17% em relação ao período janeiro-outubro de 2013. Assim, a balança comercial já proporcionou à Malásia, nos dez primeiros meses deste ano, um superávit de US$ 338 milhões.

A pauta exportadora brasileira para a Malásia é marcada por uma forte concentração nos produtos básicos. Este ano, o principal item da pauta foram os açúcares de cana, com vendas no montante de US$ 298 milhões. A seguir, vieram os minérios de ferro não aglomerados (US$ 291 milhões), minérios de ferro aglomerados e seus concentrados (US$ 218 milhões), milho em grão (US$ 162 milhões), petróleo (US$ 56 milhões) e soja (US$ 34 milhões). As exportações de carne limitam-se à carne bovina, no valor total de US$ 8 milhões.

Brasil busca exportar carne de frango a (1)Por outro lado, as exportações malaias para o Brasil têm uma grande participação de bens industrializados, de alto valor agregado. Entre outros produtos se destacam placas de microprocessamento (US$ 185 milhões), microprocessadores (US$ 151 milhões), outras luvas de borracha vulcanizada, não endurecida (US$ 128 milhões), outros cartuchos de tinta (US$ 117 milhões) e outras partes para aparelhos receptores de radiodifusão e televisão (US$ 99 milhões).

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