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Brasil poderá ter em 2017 o 5º. maior superávit comercial do mundo, segundo projeção da AEB

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Da Redação

Brasília – A balança comercial brasileira deverá registrar em 2017 um superávit recorde de US$ 63,222 bilhões, e segundo o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, “o saldo histórico será recorde e colocará o Brasil no top 5 de superávits, superado apenas pela China, Alemanha, Coreia do Sul e Rússia”.

O superávit será o resultado de exportações projetadas pela AEB no total de US$ 209,017 bilhões (com alta de 32,6% comparativamente a 2016)  e importações no montante de US$ 145,795 bilhões (expansão de 6% em relação ao ano passado). Os dados foram divulgados hoje (18), pela AEB, no Rio de Janeiro, na única revisão da balança comercial para 2017 elaborada pela Associação.

José Augusto de Castro, presidente da AEB

Na opinião de José Augusto de Castro, o baixo crescimento econômico brasileiro será o responsável pelo crescimento de apenas 6% das importações, enquanto as commodities responderão pelo crescimento projetado de 12,8% das exportações, números que, ainda assim, proporcionarão efetiva contribuição positiva do comércio exterior para o PIB de 2017.

De acordo com o presidente da AEB, esse superávit deve ser comemorado, mas sem esquecer que decorrerá de forte contração das importações e das exportações nos últimos anos. “Superávit comercial não significa atividade econômica, conforme mostra a realidade do Brasil, pois há uma ajuda das exportações serem maiores que as importações em 2017”, explica.

O documento divulgado pela AEB destaca que o superávit comercial recorde decorre das exportações de commodities, sendo destaque a elevação das cotações de minério de ferro, petróleo e açúcar, e aumento do quantum de soja, petróleo e açúcar, ajudado pela expressiva expansão das exportações de automóveis e caminhões para a Argentina.

Os três principais produtos de exportação, soja em grão, minério de ferro e petróleo vão representar 28,8% das exportações em 2017, superando os 23% apurados em 2016, atestando a importância das commodities na elevação das exportações e do superávit comercial.

A soja, pelo terceiro ano consecutivo, será o principal produto de exportação do Brasil neste ano, graças ao incremento de 22% no volume embarcado. Até a primeira quinzena de julho foram embarcados 47,4 milhões de toneladas de soja em grão, representando 75,2% dos 63 milhões de toneladas previstas para 2017.

A AEB ressalta que a Argentina será responsável por 50% do crescimento previsto de 6,7% nas exportações de manufaturados, e os Estados Unidos, por 13%. As projeções indicam que as exportações para o país portenho cheguem a 25% e a 10% para os americanos, fazendo com que em 2017 a Argentina recupere dos Estados Unidos o posto perdido, em 2014, de maior país importador de produtos manufaturados brasileiros, graças ao crescimento de 3% do PIB do país.

Por outro lado, aA expansão das exportações brasileiras projetada em 12,8%, índice maior do que os 2% previstos para o comércio mundial, permitirá ao Brasil elevar, em 2017, sua participação nas exportações mundiais para o percentual estimado de 1,21%, superando a participação prevista de 1,09% em 2016, assim como deve melhorar sua posição de 25ª para 24ª no ranking mundial de países exportadores.

Com relação ao câmbio, a previsão da AEB é de que no segundo semestre a taxa deverá oscilar entre R$ 3,15 e R$ 3,30, porém sem provocar reflexos nas exportações ou importações. A avaliação aponta também que o quadro político-econômico vigente pode ter impacto apenas residual sobre as importações.

A avaliação da AEB destaca que a corrente de comércio, fator gerador de atividade econômica, projetada em US$ 354,812 bilhões para este ano, será equivalente a 17,5% do PIB, similar ao índice de 17,4% de 2010; porém, 9,9% maior que os US$ 322,787 bilhões apurados no ano passado.

As exportações de manufaturados, segundo Castro, permanecem dependentes de um país ou região, a Argentina ou América do Sul, devido à falta de competitividade desses produtos, representada pela manutenção do elevado “Custo Brasil”, provocando a exclusão do país das cadeias globais de valor e, indiretamente, produzindo seu isolamento comercial.

As previsões para o comércio exterior em 2017, segundo explica Castro, foram elaboradas levando-se em consideração os cenários interno e internacional, presente e futuro, com projeções dos volumes e estimativas das cotações das commodities, responsáveis por mais de 60% das exportações brasileiras.

(*) Com informações da AEB

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