BRF registra lucro líquido de R$ 462 milhões no 1o. trimestre com alta de 42,8% sobre 2014

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São Paulo – A BRF, uma das maiores exportadoras de proteína animal do mundo, teve lucro líquido de R$ 461,6 milhões no primeiro trimestre de 2015, resultado 42,8% maior que o do primeiro trimestre de 2014, com margem de 6,5% contra 4,8% na comparação com o ano anterior.

O EBITDA consolidado atingiu R$ 951,1 milhões, com crescimento de 11,2%, e margem EBITDA de 13,5%, um ganho de 0,7 p.p. na mesma comparação. Se fosse feito um ajuste para os itens não-recorrentes do trimestre, o EBITDA passaria a ser de R$ 1.155,0 bilhão e uma margem EBITDA de 16,4%.

O fluxo de caixa simplificado foi de R$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre de 2015, totalizando R$ 4,1 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses, com melhora de 57,8% na comparação anual. A dívida líquida sobre EBITDA (últimos doze meses), que vinha em queda havia um ano, ficou em 1,26x, ante 1,04x no quarto trimestre de 2014, flutuação que se deveu à variação cambial.

A Receita Operacional Líquida (ROL) consolidada totalizou R$ 7,0 bilhões, +5,1% a/a, impulsionada por um preço médio em reais 13,3% mais alto e pelo resultado positivo nas regiões Brasil, Oriente Médio/África e Ásia.

Num cenário desafiador, interna e globalmente, o resultado reforça a solidez da empresa e é consequência de mudanças estruturais e de estratégias adotadas nos últimos dois anos, aprofundadas no início de 2015 com a reorganização da gestão da Companhia, agora mais descentralizada, com maior poder de decisão nas pontas do negócio e foco cada vez maior no consumidor.

Mercado brasileiro

No primeiro trimestre de 2015,, o EBIT do Brasil totalizou R$ 306,1 milhões, -19,5% a/a, impactado por um aumento das despesas operacionais, como investimentos em marketing e trade marketing, e também devido a despesas extras não recorrentes, tais como reestruturação, greve de caminhoneiros e alterações tributarias. A margem EBIT contraiu 2,5 p.p. em relação ao  primeiro trimestre de 2014, ficando em 8,1%. Na comparação com o quarto trimestre de 2014, o EBIT apresentou queda de 62,1% e a margem EBIT contraiu 10,4 p.p.

No período janeiro/março de 2015, a ROL do Brasil totalizou R$ 3,8 bilhões, 5,9% a mais na comparação com o idêntico período de 2014, principalmente devido ao aumento de 9,8% nos preços médios, que superaram a queda de 3,5% nos volumes. Entretanto, este resultado foi impactado pela linha de outras vendas (ração, matrizes e subprodutos), a qual apresentou queda de 58,1% nos volumes e aumento de 65,0% nos preços médios em reais na comparação anual.

A Companhia se mantém atenta aos desafios econômicos do país, como a alta da inflação e queda do crescimento. Três novos projetos foram iniciados no primeiro trimestre deste ano na busca por melhorias constantes de eficiência e desempenho de nossa operação: a revisão do footprint fabril, que busca otimizar a estrutura produtiva por meio da vocação de cada planta e da diversidade geográfica da BRF; o novo modelo de precificação, que permitirá o posicionamento conforme as características de cada região, micro região e canal; e a aceleração do processo de automação das plantas.

A partir de julho haverá, ainda, a volta de algumas categorias chave de produtos sob a marca Perdigão, tais como presunto e linguiça curada, que estão suspensas desde 2012. A Perdigão é hoje responsável por 19% de todo o volume comercializado nos mercados de alimentos processados e congelados, participação que a posiciona como a segunda marca mais consumida do país.

Mercado internacional

No  primeiro trimestre deste ano, a ROL da Europa totalizou R$ 622,1 milhões, uma queda de 12,4% na comparação a igual período do ano anterior, principalmente impactada pela redução de 15,7% em volumes, devido à queda da participação da Rússia diante da crise econômica no país e da nossa estratégia de diminuir exposição a este mercado.

A ROL de Oriente Médio/África, de R$ 1,5 bilhão nos stress primeiros meses de 2015, apresentou um crescimento de 15,1% em relação ao mesmo período de 2014, principalmente em decorrência de maiores receitas obtidas em mercados relevantes, como Arábia Saudita e Emirados Árabes, o que já é resultado da estratégia de aquisição de distribuidores na região. Houve também aumento de 23,0% nos preços médios em reais (+1,5% maior em dólar) e redução de 6,4% nos volumes.

Já na Ásia a ROL totalizou R$ 744,7 milhões, o que representou um crescimento de 6,5% em relação ao primeiro trimestre de 2014. Esse aumento deve-se principalmente aos melhores preços médios em reais (+17,1% a/a), que superaram a queda de 9,1% nos volumes dessa região na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Na América Latina, a ROL foi de R$ 393,5 milhões, registrando queda de 6,0% na comparação a/a, devido à redução de 29,3% em volumes, principalmente explicado pela ausência de embarques para a Venezuela. Em relação ao quarto trimestre de 2014,, a ROL de LATAM apresentou queda de 11,6%, novamente devido à redução de 19,0% nos volumes.

Em termos globais, mesmo com a instabilidade de mercados importantes, como Venezuela, Rússia e Angola, a empresa segue com seu processo de expansão, em linha com o plano estratégico de acessar mercados locais, fortalecer as marcas e expandir o portfólio de produtos. Exemplos disso são as joint ventures com a SFI, em Cingapura, e com a Invicta Food Group Limited, no Reino Unido.

Food Services

A divisão de Food Services, que era antes reportada separadamente, agora passa a fazer parte das regiões e seus resultados estão integrados ao das regionais.

Lácteos

Devido à venda da operação de Lácteos para o grupo Lactalis, os resultados dessas operações estão apresentados como operações descontinuadas. No primeiro trimestre de 2015, o lucro líquido das operações descontinuadas totalizou R$ 3,0 milhões contra um prejuízo de R$ 7,8 milhões no primeiro trimestre do ano passado, mas 89,1% menor que o quarto trimestre de 2014, quando apresentou lucro de R$ 27,4 milhões.

Fonte: BRF

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