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Café: geadas, secas e logística impactam exportações brasileiras, mas gargalos devem diminuir, diz project44

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São Paulo – A produção brasileira de cafés foi bastante afetada por fortes geadas e secas no último ano, juntamente com chuvas intensas e granizo entre o final de setembro e o início de outubro. Analistas preveem que a produção de grãos para este ano será a menor desde 2014. Mas essa não é a única preocupação do setor: as exportações de café também enfrentam gargalos logísticos.

A escassez de contêineres no Brasil levou as cafeicultoras de Minas Gerais a recorrerem aos embarques fracionados a granel, nos quais os grãos são transportados em grandes embalagens flexíveis (big bags) nos porões dos navios. Esta solução não era utilizada pelo setor cafeeiro havia mais de 30 anos.

A situação aflige a indústria porque apesar da queda de 5% no volume de café exportado entre janeiro e agosto deste ano, o produto está valorizado: a receita com os embarques brasileiros de café cresceu mais de 60% no mesmo período, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

No entanto, ocafé também enfrenta a concorrência de produtos com margens mais altas e demanda aquecida no mercado de transporte. “Muitas transportadoras ao redor do mundo têm direcionado  contêineres vazios para rotas mais lucrativas, como aquelas que importam bens de consumo da China  – uma prática intensificada ao longo da pandemia”, analisa Josh Brazil, vice-presidente de Supply  Chain Insights da project44.

Dwell time aumenta em Santos 

De acordo com a Movement, plataforma de visibilidade da project44, o Porto de Santos, principal escoadouro de grãos de cafés do Brasil, registrou neste ano o maior aumento no tempo de permanência (dwell time) das exportações entre os principais portos brasileiros. A média passou de 5,1 dias, em janeiro, para 7,7 dias em agosto – um crescimento de 51%.

Um relatório publicado no final de julho pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)  aponta que os cafeicultores e outros segmentos do agronegócio usuários de contêineres terão de lidar  com a escassez de unidades ao menos em médio prazo. Para Josh Brazil, a escalada global da  inflação e o recuo no consumo de eletrônicos e bens duráveis podem não agravar a situação.

 

“A demanda por produtos durante a pandemia criou uma competição por contêineres e influenciou substancialmente o aumento dos fretes marítimos nos dois últimos anos. De algumas semanas para cá, porém, os preços dos fretes vêm caindo, o que indica capacidade extra de expedição e maior disponibilidade de contêineres chegando ao mercado”, afirma o especialista da project44.

(*) Com informações da project44

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