Cafés do Brasil batem recorde mundial de preços no leilão do Cup of Excellence 2010

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Os 31 lotes vencedores do 11º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil quebraram o recorde mundial de comercialização nos leilões do Cup of Excellence, realizados via internet, ao obterem uma receita total de US$ 738.506,40. No pregão, encerrado pouco depois das 18h de terça-feira (18/01), os lotes também bateram o recorde nacional de melhor preço médio, alcançando o valor de US$ 8,32 por libra peso, ou US$ 1.100,53 (R$ 1.846,69) por saca de 60 kg, o que implicou alta de 253,52% em relação ao fechamento do dia na Bolsa de Nova Iorque e ágio de 137,71% sobre o preço de abertura de US$ 3,50.

Segundo Luiz Paulo Dias Pereira Filho, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês), o recorde obtido no leilão é a somatória de esforços conjuntos. “O produtor leva todo o mérito devido à sua busca por qualidade, mas o sucesso também é fruto do trabalho que realizamos em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) na organização do concurso, a quem agradecemos por esse exemplo de união bem sucedida”, destaca.

O maior lance do leilão foi de US$ 25,05 por libra peso (alta de 964,37% ante Nova Iorque), pago pelo consórcio formado entre as empresas Saza Coffee, Ponpon Coffee, Tabei Coffee, Maruyama Coffee (Japão) e Lucca Cafés Especiais (Brasil). Esse valor equivale a US$ 3.313,49 pagos por cada uma das 20 sacas de Cláudio Carneiro Pinto, campeão do Concurso, proprietário da Grota São Pedro, em Carmo de Minas (MG). O lote do produtor rendeu um total de US$ 66.271,03.

A segunda maior cotação do pregão foi paga ao café da Fazenda Serra do Boné, em Araponga (MG), de Carlos Sérgio Sanglard, vice-campeão do 11º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil. Seu lote, também de 20 sacas, foi arrematado pelo consórcio formado por Kyokuto Fadie Corporation, Tashiro Coffee, Time’s Club for C-COOP e Coffee Libre, que pagou US$ 1.600,53 a saca, gerando um total de US$ 32.011,16.

Além da quebra dos recordes mundial de maior valor comercializado e nacional de melhor média paga, o leilão do Cup of Excellence deste ano chama a atenção pelo maior número de compradores participantes. “A Marubeni Corporation, um grande comprador mundial, se interessou pelos cafés especiais do Brasil e adquiriu um lote do Paraná. As empresas japonesas mantiveram seu intenso ritmo de participação e a boa novidade deste ano veio da Austrália, cujas empresas estão levando muitos lotes”, comemora Luiz Paulo.

Outro ponto de destaque foi a participação mais efetiva das empresas brasileiras no leilão deste ano. A Fazenda Camocim adquiriu, sozinha, dois dos 31 lotes ofertados. Já a Lucca Cafés Especiais integrou o consórcio que arrematou o café campeão do concurso e deu o maior lance do leilão.

Aberto à participação de todos os produtores de café arábica no País, o Concurso de Qualidade Cafés do Brasil teve, em sua 11ª edição, as etapas dos júris nacional e internacional. Ambas foram realizadas, em novembro do ano passado, no CEC – Centro de Excelência do Café do Sul de Minas, local onde também foram feitas as inscrições e a pré-seleção dos lotes.

O 11º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil teve como juiz principal Eduardo Ambrocio, da Associação Nacional do Café da Guatemala (Anacafé) – considerada uma das instituições de excelência em organização de eventos sobre cafés especiais. A coordenação técnica ficou com o classificador e presidente da Agricoffee, Sílvio Leite. A auditoria de todas as etapas foi feita pela conceituada BCS ÖKo-Garantie-Brasil, ao passo que o apoio institucional veio da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), do CEC – Sul de Minas, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e do Conselho Nacional do Café (CNC).

Criado e organizado pela BSCA desde 1999, o certame foi desenvolvido pelo Projeto Café Gourmet da Organização Internacional do Café (OIC) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). A metodologia, introduzida no Brasil a partir de 1997, consiste em avaliar e classificar, de forma sensorial, a qualidade global do café na xícara: em um formulário, os provadores anotam as notas, numa escala de 0 a 100, para propriedades como corpo, sabor, doçura e grau de acidez de cada uma das amostras.

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