Caminhoneiros enfrentam fila de até dois dias para descarregar soja no Paraná

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Londrina – Mais de 200 caminhões aguardavam ontem para descarregar soja em fila de dez quilômetros que se formou em frente à Imcopa, em Cambé, Norte do estado. Segundo os caminhoneiros, o tempo médio de espera chega a dois dias e cada carreta parada arca com um prejuízo diário de R$ 300.

De acordo com a assessoria de imprensa da Imcopa, o problema foi provocado pelo grande número de caminhões que está retirando a produção de soja dos silos. O espaço deve ser usado para acomodar a colheita do milho. A empresa estaria empenhada em solucionar o problema ainda nesta semana.

Depois de dois dias e meio de viagem, o caminhoneiro Luiz Carlos da Costa, 54 anos, aguardava há 24 horas para descarregar as 37 toneladas de soja que transportou de Nova Mutum, Mato Grosso, a Cambé. “Os dois lados saem perdendo, mas quem é mais prejudicado é o caminhoneiro, que depende de comissão e fica parado.” A espera e os problemas nas estradas estariam reduzindo a renda dos caminhoneiros que fazem o trajeto Mato Grosso-Paraná a menos de R$ 1,5 mil por mês.

O caminhoneiro Flávio Krupczak, 41 anos, sugere que seja fornecida água e estrutura física para alimentação para quem fica na fila. Transportador de soja de Mato Grosso, ele esperava há dois dias para descarregar o caminhão.

A Imcopa informou que tem capacidade para receber 180 caminhões por dia. Perto de 250 veículos estariam chegando à empresa diariamente, sobrecarregando a estrutura de transbordo. A empresa informa processar mais de 2 milhões de toneladas de soja ao ano – 3% da safra nacional –, volume que ajuda a explicar o número de caminhões em volta das instalações em Cambé.

Ainda segundo a empresa, se não houvesse pressa para esvaziar armazéns nas regiões produtoras, o problema seria menor.

Paraná e Mato Grosso tiveram a maior safra de soja de sua história. Conforme sondagem da Expedição Safra RPC, a colheita foi de 13,8 milhões e de 18,8 milhões de toneladas, respectivamente, ante produção nacional de 67 milhões de toneladas.

A área da oleagionosa foi ampliada nas regiões em que os produtores reduziram a produção de milho de verão. Como os preços de mercado estão abaixo dos custos, a nova safra do cereal tende a seguir para os armazéns.

Fonte: Jornal de Londrina

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