Com dólar alto, acordo comercial EUA-China não deve afetar exportações agrícolas brasileiras, diz ESPM

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São Paulo – Após o forte tombo na economia em virtude da Covid-19, a China deverá retomar a importação de produtos agrícolas dos Estados Unidos para cumprir a primeira fase do acordo comercial firmado entre as duas maiores economias do mundo. Depois de conversas mantidas na semana passada entre os dois países, no Havaí, os chineses demandarão mais soja, milho e etanol dos americanos, produtos importantes da pauta de exportação do Brasil.

O acordo deve ser motivo de preocupação para os produtores brasileiros? Para Ernani Carvalho, coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM(Foto acima), ainda não. “Apesar dos avanços nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, a guerra comercial entre ambos até agora beneficiou o Brasil, já que os nossos produtos ficaram com preços mais atrativos em dólar – em especial a soja e o milho. Mesmo com mais compras chinesas de produtos americanos, o câmbio ainda favorece muito o produtor nacional. A demanda chinesa deverá seguir alta”, afirma.

Carvalho também aponta a política doméstica americana como variável importante nessa conjuntura. “Temos que acompanhar se esse acordo será realmente efetivado. Ainda há dúvidas no mercado como ele irá evoluir, já que a relação bilateral com a China tem sido atribulada desde que Trump assumiu o poder e foi tensionada com os impactos da pandemia. Também não podemos nos esquecer que as eleições presidenciais em novembro podem mudar essa dinâmica ainda mais”, afirma.

(*) Com informações da ESPM

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