Com o Brexit, US$ 300 milhões em exportações brasileiras para o Reino Unido permanecem sem definição

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Brasília – Um volume de ao menos US$ 295,6 milhões em exportações anuais do Brasil para o Reino Unido está indefinido com a saída do país da União Europeia, o Brexit. Os números são de um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que considera produtos hoje exportados pelo Brasil para a União Europeia com cotas específicas para isenção no pagamento de imposto de importação.

Em 1º de janeiro de 2021 entrarão em vigor as novas tarifas de importação e toda política comercial do Reino Unido, que foram alvo de consulta pública. Mas o Brasil ainda precisa renegociar essas cotas tanto com a União Europeia como com o Reino Unido separadamente, tudo no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, explicou que, para o Brasil, se essas cotas não forem negociadas nos próximos cinco meses, as exportações ficarão indefinidas. Os principais produtos cujas exportações podem ser afetadas são frango salgado, açúcar de cana para refino e carnes de aves processadas. A União Europeia anunciou redução das cotas para esses produtos, e a ideia é que elas devam ser integralmente compensadas por um aumento pelo Reino Unido.

Negociação precisa definir cotas para produtos brasileiros

No processo de renegociação, tanto União Europeia quanto Reino Unido colocam sobre a mesa as suas ofertas, que devem ser avaliadas pelo Brasil. Na conclusão, o volume geral de cotas somando União Europeia e Reino Unido não pode ser menor do que o Brasil já possui hoje. Assim, por exemplo, se a cota para um determinado bem era 100.000 toneladas por ano para a União Europeia e, após o Brexit, esse bloco define uma cota de 70.000 toneladas para esse bem, é necessário que uma cota de 30.000 toneladas seja negociada com o Reino Unido, completando o total.

Até agora, o Reino Unido já definiu as tarifas de importação que entrarão em vigor em 2021. Elas caem, na média, na comparação com as praticadas pela União Europeia. Por exemplo, na indústria, elas passam de 7,2% para 5,7%. Para a agroindústria e para a agricultura, elas também caem, mas permanecem em um patamar elevado. No primeiro caso, passam de 15,9% para 10,6% e, no segundo, de 18,3% para 16,1%. O que ainda está pendente é a negociação das cotas.

(*) Com informações da CNI

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