Comércio Brasil-África tem forte queda e registra o pior mês de janeiro dos últimos anos

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Da Redação

Brasília – O intercâmbio comercial do Brasil com os países da África teve o pior mês de janeiro dos últimos anos, com uma queda expressiva nas exportações brasileiras (-20,19% para US$ 644 milhões) e uma retração ainda mais relevante das vendas africanas, que despencaram  53,57% para US$ 529 milhões.

Assim, com redução nas duas pontas, o Brasil alcançou, pela primeira vez em muitos anos, superávit de US$ 115 milhões com o continente africano. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A forte redução no fluxo de comércio Brasil-África foi puxado principalmente pela queda de 74,91% nas importações de petróleo da Nigéria, que somaram apenas US$ 189 milhões no mês de janeiro, depois de terem atingido US$ 988 milhões em dezembro. Essa retração deveu-se à diminuição do volume importado mas também à queda nos preços internacionais do petróleo.

Apesar de destacarem que ainda é cedo para prognósticos, analistas do MDIC acreditam que em 2015 dificilmente se repetirá o deficit de US$ 8,540 bilhões acumulado pelo Brasil nas trocas comerciais com a Nigéria.

Em janeiro, quase todos os principais produtos exportados pelo Brasil para a África registraram quedas importantes, se comparados com igual mês do ano passado. Os açúcares de cana, por exemplo, caíram 7,98% e geraram receita no valor de US$ 125 milhões. Maior ainda foi a retração nas exportações de minérios de ferro aglomerado para processo de peletização, que sofreram uma redução de 72,78% para US$ 39 milhões. Também caíram as vendas de  outros acúcares de cana, beterraba e sacarose química: 1,76% para US$ 81 milhões.

Entre os destaques positivos, merecem ser citados os aumentos nas exportações de carnes desossadas de bovinos, que subiram 24,27% e somaram US$  75 milhões; de carnes de galos/galinhas em pedaços, com uma considerável alta de 466,17% para US$ 16 milhões; e  de automóveis, com uma alta de 106,14% e receita no montante de US$ 8 milhões.

Esse panorama marcado por forte contração nas exportações verificou-se também pelo lado africano. As vendas de petróleo passaram de US$ 662 milhões em janeiro do ano passado para cerca de US$ 190 milhões no primeiro mês deste ano, uma queda de 71,32%. Também foram reduzidas as vendas ao Brasil de naftas para petroquímica (-4,73% para US$ 185 milhões), gás natural, liquefeito (-41,38% para US$ 53 milhões) e de didrogeno-ortofosfato de amônio (-64,36% para US$ 11 mllhões).

Da pauta exportadora africana para o Brasil merecem ser destacados o forte aumento nas vendas de fosfatos de cálcio, naturais, não moídos, que tiveram um forte acréscimo de 490,50% e geraram receita no valor de US$ 13 milhões, e as exportações de automóveis no total de US$ 9 milhões.

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