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Comércio Brasil/UE segue em queda e pode cair ainda mais com desmatamento e incêndios na Amazônia

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Da Redação

Brasília – O desmatamento crescente e incontrolável e o aumento exponencial nos focos de incêndio na Amazônia e no Pantanal colocam em sério risco a implementação do Acordo de Associação Mercosul-União Europeia caso o governo brasileiro não apresente resultados concretos no combate a esses dois problemas que são motivo de preocupação no Brasil e principalmente no exterior.

As divergências em torno da entrada em vigor do acordo finalizado em julho de 2019 também podem se refletir nas relações comerciais entre a  o Brasil e a União Europeia, que vêm registrando quedas expressivas, conforme dados da da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

Ano passado, as exportações para os  atuais 27 estados-membros da União Europeia, tiveram uma queda de 14,8% e totalizaram US$ 35,868 bilhões, com uma participação de 15,93% nas vendas totais brasileiras. Em contrapartida, as importações tiveram uma retração bem menos expressiva, de 4,1% para US$ 33,346 bilhões,  A balança comercial bilateral gerou para o Brasil um superávit de US$ 2,550 bilhões.

De janeiro a agosto, a corrente de comércio Brasil-União Europeia seguiu essa mesma trajetória descendente. No período, as exportações brasileiras caíram 11,1% e somaram US$ 20,896 bilhões. Com uma contração de 14,2%, as importações alcançaram a cifra de US$ 19,082 bilhões, resultando em um saldo de US$ l,814 bilhões em favor do Brasil. Nos oito primeiros meses deste ano, a União Europeia teve uma participação de 15,11% e de 18,7% respectivamente nas exportações e importações totais brasileiras.

Em relação aos produtos, a soja continua sendo o principal item embarcado pelo Brasil para a Europa. Nos oito primeiros meses do ano as vendas da oleaginosa tiveram uma alta de 67,7% e geraram receita no total de US$ 2,7 bilhões, equivalentes a 13,0% das exportações  totais para o bloco europeu. Outros produtos relevantes na pauta exportadora foram farelo de soja (US$ 2 bilhões), petróleo (US$ 1,85 bilhão), café não torrado (US$ 1,56 bilhão) e minérios de cobre (US$ 966 milhão).

Porta de entrada para os demais países europeus, via porto de Amsterdã, os Países Baixos são o maior parceiro comercial brasileiro na União Europeia, com importações no total de US$ 5,3 bilhões. Outros países de destaque são a Espanha (US$ 2,9 bilhões), Alemanha (US$ 2,6 bilhões) e Bélgica (US$ 1,7 bilhão).

Do lado europeu, os principais produtos exportados para o Brasil foram medicamentos (US$ 1,44 bilhão), outros medicamentos (US$ 1,3 bilhão), compostos organo-inorgânicos (US$ 976 milhões), demais produtos da indústria de transformação (Us$ 939 milhões) e obras de ferro ou aço (US$ 828 milhões).

A Alemanha foi o país que mais exportou para o Brasil nos oito primeiros meses deste ano, com um total de US$ 5,8 bilhões. A lista dos principais exportadores europeus teve ainda a Itália (US$ 2,2 bilhões), França (US$ 2,1 bilhões) e Espanha (US$ 1,55 bilhão).

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