Comércio e investimentos no radar de missão empresarial brasileira à Índia na visita do presidente Bolsonaro

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Brasília – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), está organizando uma missão empresarial à Índia nos dias 27 e 28/01, por ocasião da visita do presidente da República Jair Bolsonaro a Nova Delhi.

A delegação é composta por cerca de 70 representantes de empresas brasileiras e de associações setoriais. Estarão presentes setores como alimentos e bebidas, biocombustíveis, biotecnologia e móveis, com destaque também para os segmentos de defesa, farmacêuticos, calçados e couro, casa e construção, metais e pedras preciosas, minerais, químicos, cereais, máquinas e equipamentos e serviços de TI.

A agenda da Missão inclui o seminário India-Brazil Business Forum, realizado em parceria com o governo indiano, a Confederação da Indústria Indiana (CII), Câmaras Associadas de Comércio e Indústria da Índia (ASSOCHAM) e Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI). O evento será realizado na segunda-feira (27), com a presença de autoridades dos dois países, empresários e investidores brasileiros e indianos. O programa prevê ainda visitas técnicas e eventos de networking entre empresários brasileiros e estrangeiros no dia 28.

“Enxergamos ótimas oportunidades de negócios com o país e estamos trabalhando para promover a aproximação entre empresários brasileiros e indianos”, avalia o presidente da Apex-Brasil, Sergio Segovia. Ao menos sete projetos setoriais de promoção de exportações desenvolvidos pela Apex-Brasil em parceria como setor privado tem hoje a Índia como mercado prioritário: ABIMO (Equipamentos Médico e Hospitalar); ABPA (Carnes suínas, Frango e Ovos); ASSINTECAL (Partes de calçados); CICB (Couros); CITRUSBR (Suco de Laranja); IPB (Alimento, Acessórios Médicos e Cosméticos para Animais) e ÚNICA (Etanol e Derivados).

MOU

Durante a missão, a Apex-Brasil e a Invest India assinarão um memorando de entendimento para atuação conjunto na promoção de negócios entre os dois países.  O acordo prevê a troca de informações e oportunidades sobre os ecossistemas de investimentos e startups, e o compartilhamento de experiências e melhores práticas na atração de investimentos, além do apoio à internacionalização de startups. “Iremos apoiar as startups na Índia e no Brasil ao longo de seu ciclo de vida, com ações e programas de inovação, promoção de eventos conjuntos e intercâmbio de conhecimentos técnicos e oportunidades” comenta Segovia.

Relações comerciais

O intercâmbio comercial entre o Brasil e a Índia totalizou US$ 7,02 bilhões em 2019, com exportações brasileiras no valor de US$ 2,76 bilhões e importações provenientes da Índia no valor de US$ 4,26 bilhões. Os produtos básicos representaram 46% das exportações do Brasil para o país. Os principais subgrupos de produtos exportados do Brasil para a Índia foram: óleos brutos de petróleo, óleo de soja em bruto, ouro em formas semimanufaturadas, açúcar em bruto e demais metais e pedras preciosas. Nas importações do Brasil com origem Índia os principais itens adquiridos são produtos químicos orgânicos, demais derivados de petróleo, defensivos agrícolas e produtos farmacêuticos.

O estoque de Investimento Direto da Índia (IED) no Brasil cresceu 39% de 2010 a 2018, alcançando US$ 1,7 bilhão em 2018, sendo 66% do IED no setor de indústrias de transformação e 23% no setor de indústrias extrativas. Por outro lado, o estoque de IED brasileiro na Índia cresceu 84%, entre 2013 e 2018, saindo de US$ 50 milhões para US$ 92 milhões.

Entre os investimentos indianos feitos no Brasil destacam-se os realizados no setor de transmissão de energia, defensivos agrícolas e fabricação de veículos pesados. No sentido contrário, destacam-se investimentos brasileiros na Índia em setores como motores elétricos, terminais bancários e componentes de veículos pesados.

O crescimento da economia indiana deve ficar pouco acima dos 6% em 2020, após manter-se em torno dos 7% nos últimos cinco anos, ancorado em fatores como alta do consumo doméstico, crescimento da classe média, poupança das famílias, idade da população, reformas e iniciativas do governo e projetos de infraestrutura.

O crescimento econômico à taxa atual continuará impactando positivamente o mercado, principalmente em setores como agronegócio (ênfase em agricultura), componentes automotivos, aviação, gemas e joias, serviços de saúde, infraestrutura, petróleo e gás, produtos farmacêuticos, energia, construção civil e imobiliário.

(*) Com informações da Apex-Brasil

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