Crise econômica na Argentina segue impactando as exportações brasileiras de automóveis

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Da Redação (*)

Brasília – A grave crise econômica que atinge a Argentina vem causando danos às exportações brasileiras de automóveis e as vendas externas recuaram 18% em número de unidades em outubro sobre o mês anterior, 37,3% na comparação com igual mês do ano passado, e retraíram 10,9% nos dez primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2027.

Em valores, foi registrada uma queda de 2,3% no acumulado do ano e as exportações totalizaram US$ 12,8 bilhões. Os  dados foram divulgados hoje em São Paulo pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Na opinião de  Antonio Megale,  presidente da Anfavea, as montadoras têm buscado compensar a desaceleração de demanda do país vizinho do Mercosul por meio de acordos bilaterais com o Chile e a Colômbia. Ele, no entanto, disse que isso não é suficiente para substituir a parceria com Argentina. A expectativa dele é que, ao assumir a condução do Brasil, a equipe econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro, enxergue a importância de se manter os acordos que foram feitos com a Argentina. 

O presidente da Anfavea disse ainda que, abrir novos mercados, é muito importante para a evolução positiva da indústria automobilística, mas que não se deve desprezar a relevância do país vizinho. “Tenho a convicção de que essa importância será valorizada no próximo governo”.

Por outro lado, as vendas de veículos novos ao mercado interno aumentaram 25,6 %, em outubro, sobre o mesmo mês do ano passado, e superaram em 19,4% a comercialização de setembro último, acumulando no ano alta de 15,3% com um total 2,1 milhões de unidades. Esse foi o melhor resultado para um mês de outubro desde 2014 e o melhor desempenho mensal desde dezembro daquele mesmo ano.

Levando em conta o desempenho da indústria automobilística até o momento, o presidente da Anfavea acredita que o setor vai superar a previsão de crescimento de 13,7% no fechamento do ano. Para 2019, ele prevê bons negócios, com a possibilidade de uma elevação na casa de dois dígitos. Os números dessa projeção, no entanto, só serão divulgados no começo do próximo ano. 

Governo Bolsonaro

Antonio Megale também manifestou otimismo quanto às relações do setor com o novo governo e que, na primeira oportunidade, a indústria pretende explicar à nova equipe o programa Rota 2030, que prevê investimentos altos em pesquisa e desenvolvimento para que o Brasil fique em pé de igualdade na competição global.

O executivo também defendeu a manutenção do programa do biocombustível, destacando que o país é um dos poucos com capacidade instalada e conhecimento científico no programa do etanol, o “maior em termos de energia renovável e com grande contribuição na política de se reduzir os gases de efeito estufa”.

Produção

Como reflexo do aquecimento interno, a produção de veículos cresceu 17,8% com um total de 263.262 unidades. Esse volume foi 5,2% superior a outubro do ano passado e, no acumulado de janeiro a outubro, aumentou 9,9%. Apesar disso, houve uma pequena queda de 0,8% no saldo entre demissões e novas contratações entre setembro e outubro.

Na visão de Megale, “foi apenas um ajuste pontual”, pois o setor está otimista quanto à retomada do crescimento e da necessidade de contratar mais mão de obra. Ele observou que, no acumulado do ano, foram criados 2,4% mais postos de trabalho, elevando a base de trabalhadores da indústria automobilística para 131.374 pessoas. 

(*) Com informações da Agência Brasil

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