Dirigente da FCCE responsabiliza governo e empresariado pelo déficit no comércio com Nigéria

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Da Redação

Brasília – O vice-presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior no Rio de Janeiro (FCCE), Roberto Nóbrega, credita à falta de iniciativa e de ações comerciais e de marketing do governo brasileiro e entidades como a Confederação Nacional da Indústria CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Pauo (Fiesp) a responsabilidade pelo déficit de US$ 57,7 bilhões acumulado pelo Brasil no intercâmbio comercial com a Nigéria nos últimos dez anos.

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Ele cita também o fato de o Brasil não ter uma participação efetiva nas principais feiras realizadas no país e no continente africano e a falta de organização de seminários destinados a aumentar o conhecimento recíproco dos dois países e promover ações de promoção comercial e atração de investimentos como responsáveis pelo enorme desequilíbrio no comércio com o país africano.

Dono de uma vasta experiência de  mais de 40 anos na área de comércio exterior, Roberto Nóbrega atua desde 1982 como diretor da FCCE, participou das negociações que possibilitaram ao Brasil assinar, em 1984, um acordo comercial com a Nigéria no valor de US$ 1 bilhão, foi diretor da COBEC Nigéria (à época, a maior trading company estatal do Brasil), atuou como membro das Câmaras de Comércio Brasil/Nigéria do Rio de Janeiro e São Paulo e morou e trabalhou na Nigéria em 1984 e 1985. Atualmente é diretor da Exporta Brasil TV e da revista Film Export.

Ao falar sobre o elevado saldo negativo acumulado pelo Brasil nas trocas comerciais com os nigerianos, Roberto Nóbrega afirmou que “erramos muito, pois deveríamos realizar Comissões Mistas regulares entre os dois países e a Nigéria é o tipo do país para o qual deveríamos designar sempre embaixadores com tino comercial, além de cônsules com esse mesmo perfil. Acredito também que o Consulado brasileiro em Lagos deveria ser transformado em um escritório de apoio comercial a todas as entidades de classe e empresas brasileiras, com uma equipe eficiente e capaz de atender às demandas existentes”.

Na visão do especialista em comércio exterior e, em especial, nas relações entre o Brasil e a Nigéria, o déficit astronômico somente poderá ser reduzido “com ações de promoção comercial eficientes e ativas, participação em feiras, realização de missões empresariais, com a implantação de um marketing agressivo e profissional e muita propaganda nos veículos de mídia local, inclusive junto a todos os governadores dos 36 estados da Federação nigeriana. Em resumo: é preciso relançar as relações comerciais com a Nigéria para recuperar o terreno perdido e tornar o comércio bilateral mais equilibrado e diversificado”.

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