Em dez meses, superávit com a China supera em US$ 3 bilhões o saldo total registrado em 2017

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Da Redação

Brasília – De janeiro a outubro o Brasil acumula um superávit de US$ 23,338 bilhões no intercâmbio comercial com a China, cifra superior em mais de US$ 3 bilhões ao saldo registrado em todo o ano de 2017. A China é, de longe, o maior parceiro comercial do Brasil. Para se ter uma ideia da magnitude desse número, basta lembrar  que nos dez primeiros meses deste ano o Brasil teve um saldo de pouco mais de US$ 130 milhões nas trocas com os Estados Unidos, segundo principal parceiro comercial do país em todo o mundo.

Em declarações recentes, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que ao assumir o cargo pretende rever as relações comerciais com a China, mas não será uma tarefa fácil. Nada menos que 88,8% das exportações brasileiras para o mercado chinês englobam produtos básicos e apenas três deles –soja, petróleo e minério de ferro- respondem por 84% de todo o volume embarcado para o país asiático. Encontrar mercados alternativos para esse tipo de produtos em quantidades tão expressivas quanto aquelas importadas pelos chineses seria praticamente impossível.

Empresários brasileiros que participaram na semana passada em Xangai da Exposição Internacional de Importações da Chine (CIIE na sigla em inglês) mostraram-se impressionados com a magnitude do mercado daquele país e foram unânimes em afirmar que, mais que tudo, o Brasil precisa mesmo é de procurar maneiras de diversificar sua pauta exportadora para a China,com a inclusão de produtos industrializados, de maior valor agregado.

Na opinião de Luiz Alberto Ferla, fundador e CEO do DOT digital group, empresa sediada em Florianópolis e com expretise reconhecida nacional e internacionalmente nas áreas de EdTech (Education Technology) e MarTech (Marketing Technology) e que participou durane toda a semana da CIIE, “o Brasil precisa diversificar a sua pauta exportadora, apresentando não apenas à China mas a todo o mundo produtos com maior valor agregado. Seja na área de tecnologia, como nós estamos fazendo ao  apresentar produtos mundialmente competitivos, seja em produtos que o Brasil tem competitividade, como no setor do agronegócio. Além disso, o país precisa vender melhor a marca Brasil, a essência daquilo que faz de melhor”.

Nos dez primeiros meses deste ano ficou claro que o Brasil está muito distante de alcançar essa meta. Pelo contrário, distanciou-se ainda mais dela. No período, os produtos básicos foram responsáveis pela exportação de US$ 47,3 bilhões embarcados para a China (de um total de US$ 53,247 bilhões exportado, com uma alta de 31,0% comparativamente com igual período de 2017. Em quanto isso, as vendas de produtos manufaturados tiveram uma retração de 12,6%, geraram uma receita de US$ 1,35 bilhão, e responderam por apenas 2,49% do total vendido aos chineses.

Os produtos primários ocuparam com larga folga a relação dos cinco principais itens da pauta exportadora para a China. Depois da soja, se destacaram o petróleo (US$ 11,46 bilhões, alta de 84,2% e participação de 22%), minério de ferro (US$ 8,84 bilhões, aumento de 0,6% e participação de 17%), celulose (US$ 2,86 bilhões, alta de 39,2% e participação de 5,4%) e carne bovina (US$ 1,2 bilhão, elevação de 67,1% e participação de 2,2% no volume exportado).

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