Embrapa desenvolve feijão para o mercado externo e exportação deverá começar em 2017

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São Paulo – No mês de junho a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai lançar uma semente de feijão-caupi apropriada para o mercado externo, especialmente para países asiáticos como Índia e China, e para o Egito. Os trabalhos de pesquisa com a cultivar, chamada BRS Imponente, começaram há oito anos e no final deste ano ela deve ser plantada nas lavouras brasileiras. Os grãos estarão disponíveis para a exportação no ano que vem, segundo o gerente de mercado da Embrapa Produtos e Mercados, Rafael Vivian.

O gerente explica que em seu programa de melhoramento genético a Embrapa leva em conta características desejáveis de mercado. A BRS Imponente também pode ser comercializado e consumido no mercado brasileiro, mas foi desenvolvida visando as compras e o gosto externo. O grão é claro, tem hilo marrom claro, é menos brilhoso, mais rugoso e menos oval do que o consumido no Brasil. De acordo com Vivian, o nível de proteína é de 23%, maior do que o feijão utilizado no mercado brasileiro.

“Há uma demanda identificada no mercado externo”, afirma o gerente. A produção da nova cultivar deve impulsionar ainda mais as exportações de feijão-caupi do Brasil, embora o País já exporte o feijão-caupi tradicional. No ano passado, foram embarcadas 2,6 mil toneladas ao exterior. Em 2014 foram 435 toneladas. Os que compram o produto brasileiro são países como Egito, Nigéria, Israel, China e Índia.

De acordo com Vivian, nos países foco para a nova cultivar, o feijão-caupi é consumido de diferentes formas. Ele é muito utilizado para a produção de farinha. Com essa farinha os asiáticos e egípcios fazem, por exemplo, hambúrgueres. A massa da farinha é posta no lugar da carne, já que o produto é altamente proteico. Também é consumido cozido numa espécie de sopa.

Atualmente a Embrapa tem processo em andamento para tornar a cultivar comercial. Edital aberto vai selecionar duas empresas responsáveis pela inserção comercial da BRS Imponente no mercado brasileiro. As companhias escolhidas vão contratar multiplicadoras para as sementes que depois serão vendidas aos produtores rurais. O foco deve ser Mato Grosso, já que a BRS Imponente foi desenvolvida para as condições climáticas e de solo do estado. A semente também foi validada no Pará, mas o estado não tem produção em larga escala para exportação.

As empresas que vão ser responsáveis pela comercialização não precisam ter sede em Mato Grosso, mas o foco da multiplicação e produção nas lavouras deve ser o estado. As inscrições para o edital estão abertas até esta terça-feira (22). As projeções da Embrapa indicam que as novas sementes poderão ser plantadas pelos produtores no final deste ano.

Fonte: ANBA                 

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