Encontro de Negócios na Língua Portuguesa, porta de acesso para produtos do DF na Europa e África

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Brasília (Comex-DF) – Mais de 30 empresários do DF já confirmaram participação no V Encontro Empresarial de Negócios na Língua Portuguesa (VEENLP), a ser realizado dias 28 e 29 de setembro, em Fortaleza, e esse número deverá aumentar nos próximos dias, quando novas inscrições devem ser confirmadas. 

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Fernando Brites, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no DF

Esta é  a expectativa de Fernando Brites, presidente da Câmara Brasil-Portugal de Brasília e Centro-Oeste, que vê no evento uma grande oportunidade para ampliação do intercâmbio e dos negócios entre o DF e os países de expressão portuguesa na Europa e África. 

Segundo Fernandes Brites, “devido à importância do Encontro era de se esperar uma maior  participação do empresariado local e não seria nenhum exagero imaginar que mais de 200 empresários do DF poderiam estar presentes ao evento destinado a desenvolver a temática econômica e empresarial nos setores do turismo, infraestrutura, recursos naturais, agronegócio e novação tecnológica entre o Brasil e os países de língua portuguesa. Porém, isso não aconteceu e teremos uma presença mais reduzida mas nem por isso irrelevante”.

Fernando Brites destaca que a baixa participação no VEENLP se deve ao fato de que apenas recentemente o empresariado local começou a despertar para a importância desse tipo de evento: “ainda temos a cultura da empresa familiar. A visão é muito doméstica e as pessoas têm um certo medo de arriscar. Porém, esse panorama está se modificando e cada vez mais um maior número de empresários brasilienses tem participado das missões de prospecção de negócios no exterior”. 

Expansão do comércio bilateral

À frente da Câmara Brasil-Portugal de Brasília, Fernando Brites realiza com eficiência e criatividade importante trabalho visando estreitar os vínculos e, sobretudo, aumentar o intercâmbio comercial entre o DF e Portugal e com as nações africanas de expressão portuguesa. 

Apesar do esforço, ele se mostra preocupado com a queda de 44% nas exportações do DF para Portugal nos sete primeiros meses do ano, período em que as vendas para o mercado português somaram  pouco mais de US$ 8 milhões. 

Na outra ponta, as exportações portuguesas para o DF, mesmo tendo crescido 50% quando comparadas com igual período de 2008, foram ainda bastante modestas, totalizando pouco mais de US$ 1,8 milhão.

Para o presidente da Câmara Brasil-Portugal de Brasília, “precisamos explorar melhor o fato de Brasília contar com uma freqüência diária para Lisboa, através da Tap. O secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do DF, Adriano Amaral, costuma dizer com grande propriedade que os aviões da Tap seguem viagem com a barriga vazia e precisamos enchê-la. Ele está coberto de razão Temos que dar um jeito de encher os compartimentos de cargas desses aviões transportando para a Europa flores, frutas, e produtos de informática, além de outros itens que podem ser enviados ao exterior por via aérea”

Fernando Brites não se arrisca a fazer um prognóstico sobre os números da balança comercial entre o DF e Portugal em 2009: “nossa pauta exportadora para os portugueses é muito oscilante. Ano passado tivemos um aumento expressivo das exportações, mas nada nos garantia que esse aumento viesse a se sustentar em 2009. Vendemos para Portugal um pouco de software e principalmente o petróleo que abastece os aviões da Tap.  A pauta é reduzida e temos que usar a imaginação para ampliá-la”.

 

Na opinião de Fernando Brites, o aumento das exportações brasilienses para Portugal e para os países africanos se dará com a implantação do polo de produção de flores, em São Sebastião, e de outros produtos com maior valor agregado e com bons nichos no mercado exterior: “temos bons laboratórios farmacêuticos, empresas de tecnologia da informação que produzem softwares de alta qualidade. Temos bons produtos e, acima de tudo, precisamos vender melhor a marca Brasília na Europa e na África”.

O presidente da Câmara Brasil-Portugal no DF aposta também na construção do aeroporto de cargas, nas proximidades de Planaltina, e na área de desenvolvimento econômico que será implantada na região como pólos importantes de impulso ao comércio externo do DF no futuro. Outro reforço importante às exportações virá através do pólo produtor de flores, que está sendo construído em São Sebastião.

Gargalo na infraestrutura

A falta de uma infraestrutura capaz de escoar a produção não apenas local mas de todo o Centro-Oeste é, na opinião de Fernando Brites, o maior empecilho ao crescimento do comércio exterior do DF: “temos uma ferrovia ligando Brasília a São Paulo, que é uma tragédia. É uma verdadeira serpentina, tem problema de bitola, mas se for melhorada passaremos a ter uma via de escoamento fantástica. Além do mais, o transporte rodoviário é caótico. Mas esses são problemas que podem ser solucionados”.

Fernando Brites reconhece que “temos um governo local interessado em trabalhar para que o DF deixe de ser apenas um estado consumidor e se transforme em produtor. O DF e seu Entorno têm uma população de 3,5 milhões de habitantes, dos quais apenas 15% vivem muito bem, o que faz com que o DF seja a oitava economia brasileira e tenha a renda per capita mais elevada do país. Precisamos trazer essa grande maioria para o mercado de consumo e também para o mercado produtivo. Uma maneira de concretizar esse objetivo é beneficiar aqui e no Entorno parte da produção agrícola do Centro-Oeste e do Meio-Norte. Com a infraestrutura adequada poderemos trazer para cá os produtos dessas regiões e beneficia-los aqui para depois exportar”, concluiu.

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