Escritório em Xangai fortalecerá intercâmbio comercial do estado de São Paulo com a China

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Da Redação

Brasília –  O anúncio, feito na semana passada pelo governador João Doria, da criação do primeiro escritório comercial de São Paulo no exterior, mais precisamente na cidade de  Xangai  marca o início de uma política ousada e agressiva no comércio exterior  do estado que é o maior exportador e também o principal importador entre todas as unidades da federação.

Ao anunciar a criação do escritório, o governador Doria antecipou que a inauguração acontecerá em agosto, quando o chefe do Executivo de São Paulo se deslocará à China com uma importante comitiva integrada por secretários de Estado e empresários dos mais diversos segmentos do setor produtivo paulista.

Com a inauguração de sua representação comercial em Xangai, cidade que assim como São Paulo em relação ao Brasil é reconhecida como a capital dos negócios da China, a expectativa é de que em médio e longo prazos haja um aumento substancial no intenso fluxo de comércio entre São Paulo e o gigante asiático.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, no primeiro trimestre deste ano a China ocupou o primeiro lugar entre os maiores exportadores para o estado de São Paulo e foi o seu segundo principal destino das vendas externas paulistas. No período, as importações de produtos chineses totalizaram US$ 2,8 bilhões e representaram 19,7% de todo o volume importado pelo estado. Na outra ponta, as vendas para o mercado chinês totalizaram US$ 1,17 bilhão, equivalentes a 10,2% das exportações paulistanas.

De janeiro a março, os Estados Unidos lideraram o ranking dos maiores parceiros comerciais de São Paulo, com embarques no valor de US$ 2,4 bilhões, equivalentes a 20,9% de todo o volume importado pelo estado. Outros parceiros importantes de São Paulo no período foram a Argentina (US$ 1,02 bilhão e uma fatia de 8,89% nas importações), México (US$ 474 milhões e participação de 4,12%) e Chile (US$ 425 milhões e participação de 3,7%).

Abaixo da China, os principais exportadores para São Paulo foram os Estados Unidos, com um total de US$ 2,35 bilhões (participação de 16,5% nas importações), Alemanha, com US$ 1,38 bilhão (participação de 9,76%), Coreia do Sul, com vendas no valor de US$ 601 milhões (ou 4,24% do total importado) e Japão, com um percentual de 3,87%, equivalentes a US$ 548 milhões.

Valor agregado

Nos três primeiros meses do ano as exportações de São Paulo registraram uma queda de 9,55% e somaram US$ 11,5 bilhões. Igualmente em retração –de -2,68%- as importações somaram US$ 14,180 bilhões. Com isso, a balança comercial de São Paulo fechou o trimestre com um deficit de US$ 2,680 bilhões. Primeiro colocado no tocante às exportações e importações, o estado teve uma participação de 21,8% nas exportações totais brasileiras e de 33,7% no total das importações realizadas pelo País no período.

Mesmo com uma queda de 1,5%, os produtos manufaturados foram os líderes entre os produtos exportados pelo estado e responderam por 74,3% do total embarcado para o exterior, gerando uma receita de US$ 8,61 bilhões. Com queda de 16,6% e participação de 16,5%, as exportações de produtos básicos somaram US$ 1,9 bilhão. Por outro lado, a receita obtida com os bens semimanufaturados totalizou US$ 984 milhões (queda de 20,7%), equivalentes a 8,55% do volume total exportado.

Diferentemente dos demais estados brasileiros, São Paulo tem nos produtos industrializados, de maior valor agregado, o destaque tanto nas exportações quanto nas importações. Nos embarques para o exterior se destacaram, por ordem decrescente, o petróleo (US$ 889 milhões; aviões (US$ 747 milhões); demais produtos manufaturados (US$ 747 milhões), máquinas e equipamentos para terraplanagem (US$ 569 milhões) e açúcar de cana (US$ 542 milhões).

Em relação à pauta importadora, os produtos manufaturados foram responsáveis por 91,7% de todas as compras realizadas pelo estado no exterior, no total de US$ 13 bilhões, contra US$ 362 milhões dos bens semimanufaturados (participação de 2,55%) e US$ 813 milhões dos produtos básicos (com um percentual de  5,7% nas importações realizadas no período).

Os principais produtos importados pelo estado de São Paulo foram demais produtos manufaturados (US$ 964 milhões), medicamentos (US$ 862 milhões), partes e peças para veículos e tratores (US$ 736 milhões), circuitos integrados e micronjuntos eletrônicos (US$ 662 milhões) e compostos heterocíclicos (US$ 501 milhões).

Liderança absoluta

Com uma corrente de comércio (exportação+importação) no total de US$ 26,3 bilhões, São Paulo registrou números muito superiores ao segundo e terceiro colocados entre os maiores exportadores e importadores do País, respectivamente o Rio de Janeiro e Minas Gerais.

As exportações fluminenses totalizaram US$ 5,965 bilhões (11,3% do volume total importado pelo Brasil) e as importações somaram US$ 5,043 bilhões, equivalentes a 12% das importações brasileiras no período. Com um volume bem inferior àqueles registrados por São Paulo e também pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais exportou bens no total de US$ 5,744 bilhões (participação de 10,9%) e importou US$ 2,107 bilhões (equivalentes a 5,1% das importações nacionais no período).

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