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Especialista analisa efeitos da crescente demanda chinesa e seus efeitos no agronegócio brasileiro

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São Paulo – “Com a disparada das matérias-primas e a valorização das proteínas o mercado passa a olhar para um copo d’água meio cheio”. Foi com esta perspectiva que o CEO da Polinutri, Paulo Roberto Andrade, deu as boas-vindas para os mais de 170 profissionais da cadeia de produção de proteína animal presentes no Web Debate Polinutri realizado na manhã de 04 de novembro.

“Apesar de lutarmos com os aumentos de mercado impulsionados pelo dólar, vemos as proteínas, em geral, respondendo de maneira positiva e, em partes, absorvendo os custos de produção”, analisa o CEO.

Um evento ímpar, organizado pelo time de marketing da Polinutri e conduzido pelo Diretor Comercial e Marketing da companhia, Otavio Fregonesi, que trouxe conjunturas para diversas cadeias produtivas apresentadas por um dos mais cotados especialistas de mercado do agronegócio, o Engenheiro Agrônomo e Doutor em Economia Aplicada, Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro.

“Um ano cheio de excepcionalidades”, iniciou o consultor, com destaque para os mercados de soja e milho, temas de profundo interesse por parte dos clientes Polinutri. “Com a pandemia houve um aumento do ritmo das exportações jamais visto em outras geografias e agora vemos as consequências nas formações dos preços internos”, apontou Alexandre.

De acordo com ele, os principais ingredientes que compuseram o caldeirão de altas pelo lado macroeconômico foram o fechamento do Food Service devido a pandemia; elevado ritmo das exportações; alta do dólar; barateamento da logística nacional; voucher de transferência de renda – auxílio emergencial; baixa taxa de juros; déficit público; e baixo fluxo de entrada de dólares no Brasil. “São ingredientes macroeconômicos determinantes para os altos preços dos grãos que estamos vendo”, considerou.

Quando questionado sobre os fatores relacionados aos fundamentos do mercado agrícola o consultor apontou a Peste Suína Africana (PSA) na China como principal responsável pelas altas. Um problema sanitário que impactou na drástica redução do rebanho suíno e de matrizes daquele país.

“Mais de 40% do plantel do maior produtor da carne mais consumida do mundo tiveram que ser abatidos”, revelou. Ou seja, algo em torno de 350 milhões de cabeças foram reduzidas para 200 milhões.

Em riste aos estoques de grãos (soja e milho 20/21) o consultor acredita que os olhos estarão voltados para a América do Sul. “O Brasil teria potencial para colher uma safra de 133 milhões de toneladas de soja e Argentina 54, mas dependerá da força da La Ninã e fatores adicionais – lê-se econômicos –, em especial do nosso vizinho”, informou baseado em suas análises e expectativas de mercado. Para a oferta e demanda da commodity milho, suas projeções indicam uma safra mundial 2020/21 de 1,159 bilhão. “Embora haja riscos devido as condições climáticas – efeito La Ninã – os preços tendem a seguir elevados”, analisou.

Na leitura do consultor haverá recuperação econômica em 2021. Isso pela retomada – ainda que lenta – do Food Service e da normalidade dos demais segmentos econômicos com a chegada da vacina, conjuntura que, na sua avaliação, demandará das cadeias produtivas mais alimentos. “Demanda ainda maior que neste ano e por esta razão projetamos também tendências de alta de preços”, destacou.

Renato Felix, Coordenador de Compras da Polinutri, corrobora as projeções. “Essas commodities balizam a produção de proteína animal e quando avaliamos seus coprodutos também percebemos consideráveis altas. Por isso destaco que este é um momento de atenção onde informações de qualidade passam a ser ferramentas valiosas para as melhores tomadas de decisão.”

“Nossas expectativas são de um 2021, mesmo ainda cheio de incertezas, muito mais positivo devido a possibilidade da chegada de uma vacina e por conta da recuperação da economia nacional vista no último trimestre, até mais rápido do que as previsões sugeridas no início da pandemia. Razões pelas quais projetamos ganhos para todo o setor do agro”, encerra Paulo Roberto Andrade.

Para Otavio Fregonesi, o resultado do evento imprimiu o compromisso da Polinutri com seus clientes e fornecedores. “Queremos nossos clientes muito bem embasados, não só sobre as questões nutricionais, core da nossa companhia, mas sustentados com informações que resultem na prosperidade dos seus negócios e por isso trouxemos este Web Debate Polinutri”, finalizou.

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