Estudo da CNI mostra aumento da importância do mercado externo para a indústria brasileira

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Brasília – O coeficiente de exportação da indústria brasileira alcançou 16,3% no ano passado. O indicador, que mostra a parcela da produção industrial vendida para o exterior, é 4,2 pontos percentuais maior que os 12,1% registrados em 2014, informa o estudo Coeficientes de Abertura Comercial, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (9).

Entre os setores cujo coeficiente de exportação teve crescimento mais expressivo no ano passado estão fumo, madeira, veículos automotores, máquinas e equipamentos, metalurgia e celulose e papel.

De acordo com a CNI, o mercado externo ganhou importância para a indústria por causa da desvalorização do real, que aumentou a competitividade do produto brasileiro. Além disso, o aumento do coeficiente de exportação reflete o encolhimento do consumo interno. “A preços de 2007, o valor da produção acumulou queda de 17% entre 2014 e 2016”, diz o estudo, feito em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

“A desvalorização do real deixou os produtos brasileiros mais competitivos, o que foi positivo. Mas teve o lado negativo, que foi a queda no consumo interno. A medida que as pessoas reduziram as compras de produtos industrializados, as exportações passaram a ser uma saída para a indústria evitar uma queda maior na produção”, avalia o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

A desvalorização do real também estimulou a substituição de produtos estrangeiros por nacionais. O coeficiente de penetração das importações, que revela a participação dos produtos estrangeiros no mercado brasileiro, caiu de 17,8% em 2014 para 16,9% no ano passado.

Substituição de importações

A indústria também reduziu o uso de insumos importados. O coeficiente de insumos industriais importados caiu de 24,7% em 2015 para 23,3% em 2016. Isso é resultado do aumento de preços das importações. Somente três dos 23 setores pesquisados aumentaram o uso de insumos industriais importados entre 2015 e 2016: químicos, farmoquímicos e farmacêuticos e minerais não metálicos. “Os resultados setoriais revelam diferenças quanto à facilidade em substituir insumos importados por produção doméstica”, analisa a CNI.

O estudo mostra ainda que a receita da indústria com as exportações superou os gastos com a importação de insumos industriais. O coeficiente de exportações líquidas subiu de 4,1% em 2015 para 7,4% em 2016. Com isso, o indicador acumula um aumento de 7,2 pontos percentuais na comparação com 2014.

Conheça os Coficientes de Abertura Comercial

Os Coeficientes de Abertura Comercial são importantes porque mostram o grau de integração da indústria brasileira à economia mundial e é um  indicador da competitividade do país, explica Renato da Fonseca.  “Quanto mais competitiva a indústria, menor é o coeficiente de penetração das importações, porque menor é a participação dos produtos estrangeiros no seu mercado”, afirma. Além disso, quando um país é competitivo, os coeficientes de exportações são altos, porque há uma maior presença da indústria no mercado externo.

•    Coeficiente de Penetração das Importações: mede a participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional. Quanto maior o coeficiente de penetração, maior é a participação de importados no mercado interno.

•    Coeficiente de Exportação: avalia a participação das vendas externas no valor da produção industrial. Quanto maior o coeficiente de exportação, maior é a importância do mercado externo para o setor.

•    Coeficiente de Insumos Industriais Importados: mostra a participação dos insumos industriais estrangeiros no total de insumos industriais utilizados pela indústria. Quanto maior o coeficiente, maior é a utilização de insumos importados pela indústria.

•    Coeficiente de Exportações Líquidas: aponta o saldo entre a receita obtida com as vendas externas e as despesas com insumos industriais importados, ambas medidas em relação ao valor da produção.

Saiba mais – Acesse a página do estudo Coeficientes de Abertura Comercial para conhecer todos os detalhes da publicação.

(*) Com informações da CNI

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