EUA ultrapassam a China e lideram o ranking dos maiores exportadores para o Brasil no mês de julho

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Da Redação

Brasília –  Principal parceiro comercial do Brasil nos últimos anos em exportação e importação, a China deixou de ser, no mês de julho, o maior fornecedor de produtos ao Brasil, ultrapassada pelos Estados Unidos, que há anos haviam deixado de  liderar o ranking dos exportadores para o país.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, no mês passado, as exportações americanas para o Brasil cresceram +19,7%. Nesse mesmo período, as vendas chinesas tiveram uma forte queda de -23,9%. A alta nos embarques americanos deveu-se ao  incremento nas vendas de naftas, gasolina, óleos combustíveis, petróleo em bruto, hidrocarbonetos e seus derivados halogenados, aviões, hulhas mesmo em pó mas não aglomeradas, partes e peças de aviões, helicópteros e outros veículos aéreos e veículos de carga.

Do lado chinês houve acentuada queda nas exportações para o Brasil envolvendo produtos como plataformas para extração de petróleo, autopeças, aparelhos transmissores/receptores de telefonia celular, rolamentos e engrenagens, suas partes e peças, laminados planos de ferro/aço, brinquedos, jogos e artigos para diversão e partes, fornos industriais ou de laboratório, não elétricos, lâmpadas, tubos elétricos e farois, ferragens para portas e janelas.

O forte aumento (+19,7%) nas exportações americanas aliado a uma contração acentuada (-23,9%) nos embarques de produtos chineses fizeram com que os Estados Unidos voltassem a ocupar no mês de julho o posto de maior fornecedor de bens e produtos para o Brasil.

De acordo com a Secex/Mnistério da Economia, em termos de países, no mês de julho, os cinco principais fornecedores foram: 1) Estados Unidos (US$ 3,143 bilhões); 2) China, Hong Kong e Macau (US$ 2,868 bilhões); 3) Alemanha (US$ 974 milhões); 4) Argentina (US$ 907 milhões) e Japão (US$ 574 milhões).

Ainda é cedo para se afirmar que os números de julho relativos às importações brasileiras configuram uma tendência no sentido de que em 2019 os Estados Unidos venham superar a China como maior exportador de produtos para o Brasil. Mas, de acordo com analistas de comércio exterior, os números do mês passado podem indicar uma tendência e resta saber se ela se repetirá nos últimos cinco meses deste ano.

Fato concreto é que de janeiro a julho o Brasil importou dos Estados Unidos bens no valor total de US$ 16,930 milhões. Nesse mesmo período, as importações de produtos chineses somaram US$ 21,134 bilhões, com uma diferença de mais de US$ 4 bilhões, difícil de ser superada nos últimos cinco meses deste ano.

Os números do comércio exterior brasileiro entre janeiro e julho mostram os EUA como o segundo maior parceiro comercial do Brasil embora venham perdendo espaço nos últimos anos. Entre 2005 e 2016, a participação dos EUA no comércio exterior brasileiro caiu de 19% para 12,5% das exportações, e se manteve um pouco acima de 17% nas importações.

Para os EUA, o Brasil é um parceiro comercial de peso relativamente pequeno, respondendo por pouco menos de 1% de suas exportações e importações totais. No ano 2000, 25% de tudo o que o Brasil exportava tinha como destino os Estados Unidos. Hoje são 12%.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro , “atualmente o Brasil tenta exportar imposto com um produto agregado. O principal custo (que encarece o produto que o Brasil exporta) é o imposto”,

Na visão do presidente da AEB, “assinar acordos com parceiros que comprem nossos produtos não é o único passo necessário para que o Brasil se torne um grande exportador. Reduzir os preços do produto de exportação brasileiro é fundamental para aumentar as vendas para os Estados Unidos. Os EUA são o maior importador mundial de manufaturados, e são a vitrine do mundo. E a prioridade para os americanos é preço, eles compram preço. Em quantidade de produtos manufaturados, estamos exportando menos do que exportamos em 2005. Nós paramos no tempo, nós não existimos no mundo”, concluiu o presidente da AEB.

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