Exportação de grãos pelos portos do Arco Norte crescem 12 milhões de toneladas em seis anos

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Brasília As exportações do complexo soja e milho pelos portos do Arco Norte saltaram de 7 milhões de toneladas em 2009, para 19,4 milhões de toneladas em 2015.  Apesar desse aumento, 80,4% da produção de grãos, acima do paralelo 16, ainda é exportada pelos portos de Santos e Paranaguá, que cresceu nesse mesmo período, de 56 milhões de toneladas para aproximadamente 105 milhões de toneladas. Os dados foram apresentados no l Fórum Internacional de Logística e Modais, na 5ª edição do Rondônia Rural Show, realizada na última semana em Ji-Paraná.

Para a assessora técnica da Comissão de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisangela Pereira Lopes, o aumento do embarque de grãos, principalmente em Belém (PA) e Itaqui (MA),demonstra um avanço nas políticas de incentivo do setor, mas que ainda não é suficiente para ampliar a capacidade de escoamento e diminuir o custo dos produtores com o transporte, que aumenta, por conta da falta de infraestrutura em rodovias, ferrovias e hidrovias.

De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), os custos com transporte da lavoura até o porto de embarque, no Brasil, apresentaram um aumento de 228,6% de 2003 a 2013. “A mudança da produção para o Centro-Norte do país – região desprovida de infraestrutura e logística adequada – eleva o custo operacional em até 30%”, afirmou a assessora. Segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), apenas 12% da malha rodoviária brasileira é pavimentada. Desse valor, 60% estão em condições regular, ruim ou péssima.

Os dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), de 2014, apresentado por Elisangela Lopes durante o evento, faz uma simulação do custo do transporte da produção escoada para os portos do Sul e Sudeste. Atualmente, a produção de soja que sai pelas rodovias de Sorriso, em Mato Grosso, com destino a Santos, (SP), custa US$ 126 a tonelada. Se fosse utilizada a BR-163, de Sorriso a Miritituba, (PA), com transbordo até os portos de Belém, o valor seria reduzido para US$ 80 a tonelada.

Rondônia

Como o evento foi realizado em Rondônia, a CNA preocupou-se em apresentar aos participantes dados da infraestrutura e logística do estado. A assessora técnica da CNA revelou que comparado aos demais estados brasileiros, Rondônia ocupa a 21ª posição em densidade de rodovia pavimentada, e que aproximadamente 50% dessa malha demonstra alguma deficiência (sinalização, pavimentação e geometria da via). Foram propostos alguns investimentos para a região, dentre eles: adequação, dragagem e sinalização da hidrovia do rio Madeira, ampliação e modernização do porto de Porto Velho e adequação da rodovia BR-364, (RO), que inclui a implantação de faixa adicional, sinalização e recuperação do pavimento.

Outro ponto destacado na palestra foi a elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) de concessão da BR-364 no trecho de Comodoro, no Mato Grosso, até Porto Velho, encomendado pelo DNIT. Previsto para ser concluído em agosto, o estudo consolidará os resultados de pesquisa do tráfego de engenharia e meio ambiente e futuramente será discutido em audiências públicas em Brasília e Rondônia, com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). No estudo constarão, ainda, informações sobre valor de pedágio, obras necessárias e investimentos.

Elisangela Lopes encerrou a palestra enfatizando a atuação da CNA no setor de infraestrutura e logística. “O que queremos é reduzir os custos do produtor rural com transporte e garantir maior renda. Para tanto, precisamos de investimentos que garantam, às novas fronteiras agrícolas, o escoamento da sua produção pelos portos do Arco Norte”, concluiu.

Fonte: CNA

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