Exportação de móvel cresceu 5,1% em volume com queda de 2,5% em receita no ano de 2020, diz Abimóvel

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São Paulo – As exportações brasileiras de móveis e colchões fecharam o ano de 2020 com um crescimento de 5,1% em volume exportado em relação ao resultado do acumulado de 2019. Por outro lado, em termos de valores exportados — US$ 628,2 milhões —, nota-se recuo de 2,5%, também comparado com o ano anterior.

Dessa forma, o preço médio geral dos produtos exportados apresentou decréscimo de 6,8%. O que, refletido em números, mostra uma média de US$ 0,13 centavos por quilo, com o recuo de US$ 1,92 em 2019, para US$ 1,79 em 2020, quando falamos no valor médio por quilo exportado. Essa queda foi mais do que compensada pela valorização do dólar americano frente ao real, em taxa próxima a 40% em 2020 frente a 2019.

Dadas às circunstâncias com que esses números se apresentam, com a pandemia mundial e suas implicações ao redor do globo, porém, a ABIMÓVEL entende que tais resultados refletem um cenário promissor e relevante para o comércio exterior.

Países de destino das exportações de móveis brasileiros

Desse total, destacam-se as exportações de móveis para os Estados Unidos, com participação bastante significativa de 39,9% dos valores exportados. Aumento de 11,5% em relação a 2019, demonstrando a força da relação entre esses dois mercados. Aliás, a exemplo do que aconteceu no Brasil, o varejo de móveis americano experimentou um aquecimento substancial no segundo semestre de 2020. Situação que deverá se manter durante o primeiro trimestre deste ano, continuando estável até pelo menos 2024, segundo análise de especialistas locais. Tais projeções indicam boas oportunidades de negócios com o país também neste e nos próximos anos.

Em segundo lugar no ranking aparece o Reino Unido, com 8,6% de participação no acumulado de janeiro a dezembro de 2020. Apesar da boa colocação, neste caso houve queda de 16,8% em termos de valores exportados frente ao registrado em 2019. Vale ressaltar que o varejo britânico enfrenta graves sanções devido a uma segunda onda ainda mais severa da pandemia por lá, que levou o governo local a impor medidas bastante restritivas de distanciamento social e fechamento de lojas físicas. Em contrapartida, o avanço na vacinação nos territórios britânicos apontam para uma recuperação econômica potencialmente mais rápida do que em outros mercados.

O Uruguai aparece em terceiro lugar, com 7,4% do total exportado, representando queda de 6,7%. Seguido, então, por outros parceiros sul-americanos: Chile (6,6%), Peru (5,1%) e Paraguai (3,3%). As relações com os Países Baixos (Holanda) vêm demonstrando evolução nos últimos anos, aparecendo como o sétimo mercado no ranking de exportações de móveis brasileiros em 2020: 2,8% de participação entre janeiro e dezembro do ano passado, apontando leve crescimento (0,4%) em relação ao acumulado de 2019.

Países de origem das importações

Ainda no acumulado de janeiro a dezembro de 2020, o Brasil importou US $193,8 milhões em móveis e componentes para móveis. Queda de 8,7% sobre o mesmo período do ano anterior. Em termos de participação, a China foi a origem de 77,9% das importações totais realizadas pelo Brasil no período. Seguida pela Itália, com 5,3%, e os Estados Unidos com 2,8%.

Em termos de variação do valor importado, boa parte dos países apresentaram queda no montante enviado ao Brasil quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Espanha (1,8%), Coréia do Sul (0,5%) e Israel (0,6%) foram os únicos países que, na contramão, apresentaram crescimento no período. No lado negativo, a Alemanha registrou a maior queda como origem das importações brasileiras na indústria moveleira entre janeiro e dezembro do ano passado, indo de 1,3% no consolidado do ano de 2019 para 0,9% em 2020.

Projeto Brazilian Furniture

Para entender melhor a dinâmica do comércio externo de móveis no Brasil, acompanhe as novidades do Projeto Brazilian Furniture (acesse o site), fruto da parceria entre a ABIMÓVEL e a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Em tempo, a renovação do convênio para o exercício de 2021-2023 entre as instituições foi firmada na semana passada (11).

O último ciclo do projeto, que terminou em dezembro de 2020, apoiou 187 empresas, sendo 142 empresas exportadoras que totalizaram mais de R$ 598,26 milhões exportados nos últimos dois anos. Entre os mercados-alvos nesta nova fase estão: Alemanha, Chile, Emirados Árabes, Estados Unidos, México, Peru, Reino Unido e o Canadá, que aparece como a novidade da lista. Colômbia, França, Índia, Itália e Panamá também são elencados como mercados potenciais e objeto do trabalho conjunto.

“As empresas que participam do Brazilian Furniture cresceram cerca de 50% a mais do que aquelas que não fazem parte. Estamos em um momento especial de alavancar nossa presença internacional e explorar características como nossa criatividade, materiais e design”, pontua a presidente da ABIMÓVEL, Maristela Cusin Longhi. Ela ainda destaca que a indústria brasileira é pujante e tem capacidade de atender a todos os mercados mundiais. “Já somos o sexto maior produtor de móveis no mundo e temos ainda muito a crescer”, completa.

Divulgação

Com a cerimônia de assinatura do convênio tendo acontecido na sede da Apex-Brasil, em Brasília (DF), o presidente da instituição, Sergio Segovia, aproveitou a oportunidade para compartilhar uma particularidade bastante especial sobre o local, mobiliado com peças cedidas por empresas integrantes do Projeto Brazilian Furniture: “A Apex-Brasil é uma verdadeira vitrine do mobiliário nacional. Sempre que recebemos visitantes internacionais percebemos a boa impressão que nosso mobiliário deixa. Mostramos com muito orgulho a todos que tudo é material brasileiro e produtos da indústria nacional.”

(*) Com informações da Abimóvel

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