Brasília – O Brasil é o 5º maior produtor de rochas ornamentais do mundo, principalmente de mármore e granito. A diversidade e qualidade geológica garantem ao país lugar entre os principais exportadores, mas não só isso: os empresários estão cada vez mais organizados e focados em inserir o setor brasileiro como player mundial. Com ações do convênio entre Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), em 2021, o Brasil enviou 2,4 milhões de toneladas para 132 países — crescimento de 35,5% com relação a 2020.
Em faturamento, isso representou US$ 1,34 bilhão, superando o maior faturamento até então, que havia sido de US$ 1,3 bilhão em 2013. Entre os principais compradores, os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar, representando 62,7% de todas as exportações, seguidos por China (11,5%), Itália (6,5%) e México (3,8%).
O aquecimento do setor da construção civil mundial e a retomada de negócios com o avanço da vacinação contra a Covid-19 colaboraram para o crescimento, mas o principal impulso ao crescimento foi conquistado graças às ações estratégicas dos empresários, com assessoria e expertise da ApexBrasil, através do projeto chamado It’s Natural – Brazilian Natural Stone.
“Com apenas um ano de existência, o projeto permitiu que nos organizássemos e conhecêssemos melhor o mercado internacional. Já contávamos com o apoio da ApexBrasil para participar de feiras internacionais, mas com o programa tomamos conhecimento aprofundado de mercados, demandas e conseguimos traçar metas. Antes, nesses eventos, focávamos apenas no cliente final. Agora, mudamos nosso perfil de atuação e focamos cada vez mais no público de arquitetos e designers, para consolidar a imagem do Brasil como um grande fornecedor”, explica o presidente da CentroRochas, Tales Machado.
Todas as empresas do segmento de rochas ornamentais do Brasil, exportadoras ou que tenham o objetivo de exportar, podem participar do It’s Natural – Brazilian Natural Stone, que atualmente conta com cerca de 140 integrantes. Nele, além de seminários e reuniões de capacitação, há cinco frentes de atuação: estimular o desenvolvimento das empresas do setor, sensibilizar a demanda quanto à diversidade de rochas do Brasil, promover a ampliação de mercados, a desconcentração das exportações e promover a imagem do setor junto a arquitetos e designers.
O Designer in Brazil visa trazer arquitetos e designers de renome internacional para fazerem uma “experiência de Brasil”, com visitas a pedreiras, indústrias e obras realizadas com rochas. O Projeto Imagem, por sua vez, também tem finalidade de apresentar a qualidade do produto nacional com visitas guiadas e eventos, mas aos jornalistas e influenciadores digitais do mundo todo. Para fortalecer esse trabalho de imagem, o serviço de relações públicas a ser realizado no Brazilian Natural Stone visa incluir pautas sobre a produção brasileira em veículos internacionais de comunicação especializados em design e arquitetura.
Com esse trabalho, a Cajugram, empresa de granitos e mármores que integra o Brazilian Natural Stone, contou com aumento de mais de 20% de suas exportações em 2021 em relação a 2020. A Cajugram tem 31 anos de atuação no setor de rochas ornamentais, com sede em Mimoso do Sul, no Espírito Santo, e filiais em Brasília (DF) e Recife (PE). O diretor Valdecyr Viguini conta que a expansão da frente de trabalho para arquitetos e designers foi essencial ao crescimento.
“Por anos, as exportações do setor estavam concentradas quase que exclusivamente nos Estados Unidos, que ainda são importantes compradores. Porém, quando ampliamos nosso público-alvo, conseguimos exportar para outros continentes e, com isso, aumentar as vendas. O mercado, em geral, é muito aberto para o Brasil, porque temos produtos variados e exóticos. A aposta da vez, inclusive, é trabalhar a venda do quartzito, uma variação do quartzo, porque somos os principais produtores no mundo”, diz Viguini.
Assim como demais associadas ao Centrorochas, a Cajugram estará em abril na feira Coverings, uma das maiores do segmento de rochas, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Segundo a instituição, para o evento, houve uma cota de quatro estandes de 9,3m² destinados a empresas exportadoras que ainda não participaram de eventos internacionais.
(*) Com informações da ApexBrasil
