Exportações brasileiras para o Irã deverão ser afetadas indiretamente por decisão dos EUA

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Da Redação

Brasília – O anúncio feito nesta segunda-feira (22) pelo governo dos Estados Unidos da não renovação das isenções para a compra de petróleo do Irã não afetará diretamente o Brasil, na medida em que há algum tempo o País deixou de importar o produto iraniano mas, indiretamente, deverá contribuir para uma queda no ascendente fluxo das exportações brasileiras para os iranianos.

O Brasil não figura da relação dos oito países beneficiários da suspensão das sanções  pelo governo americano, integrada por grandes importadores (China, Turquia e Índia) e por países que nos últimos anos reduziram drasticamente as compras do óleo iraniano (Coreia do Sul, Grécia, Itália, Japão e Taiwan) e por isso não sofrerá consequências diretas da medida.

Entretanto, a retomada das sanções pelos Estados Unidos afetará severamente a principal fonte de receita do governo de Teerã e, consequentemente, reduzirá de forma acentuada a capacidade iraniana de financiar suas importações.

Antes mesmo da adoção dessa medida, o comércio brasileiro-iraniano já vem enfrentando uma forte contração. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, de janeiro a março, as exportações brasileiras caíram -7,73% e totalizaram US$ 548 milhões.

Enquanto isso, as vendas iranianas para o Brasil despencaram  77,45% e somaram apenas US$ 400 mil. No período, o Irã foi o destino final de apenas 1,04% das exportações totais brasileiras e respondeu por um resíduo de apenas 0,0001% nas importações nacionais.

As exportações brasileiras foram afetadas especialmente pela forte queda nos embarques do milho, principal item da pauta exportadora para o país persa. Nos três primeiros meses do ano elas caíram -34,0% e geraram receita no valor de US$ 239 milhões. As vendas de soja em grãos também se contraíram, ainda que num percentual mais modesto (-2,3%) para US$ 99 milhões. Em contrapartida, os embarques de farelo de soja deram um alto de +434,0% e somaram US$ 94 milhões. Quinto item na pauta exportadora para o Irã, a carne bovina sofreu uma leve queda de -0,8%, gerando uma receita de US$ 79 milhões.

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