Imagem: Divulgação/Pixabay

Exportações de algodão cresceram 39% em fevereiro com alta na demanda e nos preços internacionais

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Campo  Grande (MS) – A demanda mundial pelo algodão brasileiro cresce exponencialmente e o amplo nível tecnológico empregado pela cultura, tem intensificado as exportações. A exportação em fevereiro de 2021 foi 39% superior ao mesmo mês no ano passado, totalizando 235,5 mil toneladas exportadas, correspondendo a uma receita de US$ 377,6 milhões, conforme dados da Abrapa – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. Mato Grosso do Sul é um dos estados com aptidão tecnológica e sustentável, que tem tido uma demanda cada vez maior.

Em 2020 foram 2,12 milhões de toneladas exportadas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Só nos dois primeiros meses de 2021 foram exportadas 509 mil toneladas do algodão brasileiro, cerca de 25% do total exportado no ano anterior. A previsão inicial da Abrapa é de que 1,66 milhão de toneladas devam ser exportadas até o final de 2021, contabilizando apenas o ano civil, todavia, a busca pela matéria-prima deve intensificar essa comercialização.

“Mesmo em pandemia Mato Grosso do Sul foi responsável, em 2020, por cerca de 39 mil toneladas de algodão enviadas ao mercado externo, de forma bruta. A alta das exportações e as cotações ascendentes no mercado contribuíram para o aumento dos preços dos produtos finalizados, como roupas de algodão; todavia a demanda permanece elevada, contrariando a premissa de maior preço, menor demanda”, esclarece o diretor-executivo da Ampasul – Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Algodão, Adão Hoffmann.

Segundo ele, a balança comercial do algodão brasileiro segue positiva para a safra 2020/2021. “De agosto de 2020 a julho de 2021, o Brasil exportou 1,7 milhão de toneladas, 14% a mais que no mesmo período da safra anterior, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões em apenas 7 meses. Esses valores estão interligados ao mercado de algodão em Nova Iorque, o qual tem apresentado altas consecutivas nos últimos meses”, pontua o diretor.

Entre os principais países compradores no mês passado está Bangladesh, com cerca de 52 mil toneladas importadas, seguido pela China, de acordo com dados da Secex/Ministério da Economia.

De acordo com a Ampasul o preço do algodão teve elevação de 5,1% só na última semana de fevereiro, alcançando patamar histórico nominal de R$ 5,21/lp. “O movimento crescente tem origem na recuperação do consumo de produtos têxteis, superando a expectativa do setor. Assim, os preços internacionais elevaram-se, impactando o mercado cambial do Brasil e aumentando a paridade e elevação dos valores”, destaca Hoffmann, levando em consideração dados divulgados pelo Cepea/Esalq.

A produção de algodão no Brasil na safra 2020/2021 deverá ser 16% menor do que na safra 2019/2020; para o Mato Grosso do Sul essa redução é de 23,5%, apesar da comercialização crescente e histórica no ano civil de 2020. O volume total produzido no ano passado pelo Brasil foi de 2,52 milhões de toneladas, segundo a Abrapa; enquanto o Mato Grosso do Sul produziu 58 mil toneladas, de acordo com a Ampasul.

Fator importante para Mato Grosso do Sul é a adaptação ao Sistema Abrapa de Identificação (SAI) para safra 2020/2021, que permite o rastreamento da origem e qualidade da fibra do algodão, conferindo confiabilidade na hora da compra do produto brasileiro. Apesar do sistema ter iniciado em 2004 no Brasil, a tecnologia do QR Code foi implementada recentemente, direcionando diretamente para o portal da Abrapa, com informações precisas da origem.

“Trata-se de um sistema que aprimora e dá transparência quanto ao produto adquirido no Brasil. O algodão produzido em Mato Grosso do Sul permite, além da confiabilidade, um mercado mais preciso, com mais informação. Buscamos aprimoramento constante sobre a qualidade do que fornecemos. Quem ganha é o consumidor”, finaliza o diretor executivo da Ampasul, Adão Hoffmann.

(*) Com informações da Abrapa

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