Exportações de automóveis caem 5,2% no ano com retração das importações pela Argentina

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Da Redação (*)

Brasília – . A crise que atinge a economia da Argentina, destino de 70% das exportações brasileiras de automóveis, é a principal responsável pela queda nas vendas externas de veículos em 2018, que deverá chegar ao fim com 650 mil unidades comercializadas no mercado externo, contra uma estimativa de 700 mil feita no início do ano pelo setor.

Destino das exportações brasileiras de veículos, a Argentina enfrenta, desde o mês de maio, uma forte depreciação de sua moeda, o peso, somada a seguidas altas nas taxas de juros e inflação forte e ascendente, e com isso o país vem reduzindo drasticamente as importações de carros brasileiros.

De acordo com dados divulgados hoje (6) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em novembro foram exportados 34,3 mil veículos, queda de 53% em relação a novembro do ano passado, e de 11% na comparação com outubro. De janeiro a novembro, a redução nas vendas externas foi de 15,3% com 597,3 mil unidades embarcadas.

Em relação à receita, a queda é de 32,8% em novembro, comparativamente ao mesmo mês de 2017, para US$ 957,1 milhões.  No tocante ao mês de outubro, o resultado foi um recuo de 1,4%. De janeiro a novembro, a contração das exportações foi da ordem de 5,2% e as vendas de automóveis geraram US$ 13,7 bilhões em receita.

Segundo o presidente da Anfavea, Antonio Megale, enquanto não ocorre a retomada da economia argentina, as montadoras estão “fazendo um esforço” para explorar novos mercados. Entre os clientes onde se espera uma compensação pela queda das vendas na Argentina, estão sendo feita negociações com o Chile e a Colômbia e até mesmo parcerias incomuns, caso da Rússia, que mostrou interesse na compra de caminhões pesados.

Megale manifestou otimismo com a possibilidade de ser mantido esse aquecimento e de melhora nas vendas externas no próximo ano

Mercado interno em alta

Por outro lado, no plano doméstico, a comercialização de veículos novos atingiu neste ano o melhor desempenho desde 2015, compensando de certa forma o fraco desempenho das exportações no setor. De janeiro a novembro, foram licenciados 2,3 milhões de unidades ante 2,2 milhões, em 2017, com alta de 15%. Essa taxa superou a meta do setor, que era crescer 13,7%.

“Fomos surpreendidos por esse resultado e estamos vendo um consumidor interessado em comprar e condições favoráveis aos negócios, já que temos oferta de crédito e baixa inadimplência”, afirmou Megale.

No mês passado, a produção de veículos caiu 6,9% em relação à de outubro e foi 1,6% inferior à de novembro do ano passado, sob a influência da falta de dinamismo nas exportações. No acumulado até novembro, porém, o resultado já é o melhor desde 2015, tendo atingido 2,7 milhões de unidades, com aumento de 8,8% sobre 2017.

Segundo Megale, o otimismo do setor está ancorado na expectativa de uma boa interlocução com a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e na execução do programa Rota 2030, que ele acredita ser definido até o final deste ano para ser transformado de medida provisória em lei, levando o setor a implementar mais eficiência tecnológica e a se impor perante o mercado mundial.

Megale disse ainda que espera do novo governo apoio às reformas estruturais, entre as quais a tributária.

 

(*) Com informações da Agência Brasil

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