Exportações de calçados aumentam 16,4% e geram receita de US$ 1,1 bilhão

Compartilhe:

As exportações de calçados registraram alta de 16,4% em volume e 11,5% em faturamento no período entre janeiro e setembro. Nos nove meses deste ano, o Brasil embarcou 109,2 milhões de pares, gerando um faturamento de US$ 1,1 bilhão, enquanto no mesmo período do ano passado foram exportados 93,8 milhões de pares com receita de US$ 1 bilhão. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com base em informações fornecidas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.

Os principais compradores do calçado brasileiro se mantêm nas mesmas posições e todos eles registraram aumento no volume adquirido no acumulado do ano. Os Estados Unidos, por exemplo, que há muito estão no topo do ranking, aumentaram ao redor de 4,5 milhões de pares. Este ano, os americanos foram responsáveis pela compra de 25,3 milhões de pares de janeiro a setembro, contra 20,7 milhões em igual período do ano anterior. O faturamento este ano também foi maior: US$ 273,9 milhões contra US$ 260,8 milhões no ano passado.

O Reino Unido, que possui o preço médio mais alto pago pelo calçado brasileiro (US$ 23,77 por par), também teve leve alta. Comprou 6 milhões de pares brasileiros este ano, contra 5,7 milhões de pares no mesmo período do ano passado. O faturamento ficou em US$ 141,4 milhões em 2010 contra US$ 141,1 milhões em 2009.

A vizinha Argentina adquiriu, de janeiro a setembro deste ano, 10,1 milhões de pares, contra  8,9 milhões no mesmo período de 2009. O faturamento, que foi de US$ 96,2 milhões no ano passado, foi para US$ 122,8 milhões este ano.

Quem também apresentou leve acréscimo nos pedidos foi a Itália, que este ano encomendou 4,1 milhões de pares contra 3,5 milhões no ano passado. O faturamento de 2010, proveniente destes embarques, ficou em US$ 86,9 milhões, enquanto de janeiro a setembro de 2009 foi de US$ 68 milhões.

Outra européia que tem figurado constantemente entre os principais compradores, a França também cresceu. Este ano os franceses compraram 2,1 milhões de pares contra 1,9 milhão no ano passado. Esse volume gerou divisas de US$ 43,9 milhões em 2010 contra US$ 40 milhões em 2009.

Estados do Nordeste crescem mais

Entre os principais Estados exportadores brasileiros, não há uniformidade no que se refere ao comércio exterior, ou seja, observa-se tanto a alta quanto a queda das exportações. E os Estados do Nordeste registram os maiores índices de crescimento. De janeiro a setembro deste ano, o Ceará foi o que mais cresceu, com o embarque de 50 milhões de pares, que geraram US$ 298,5 milhões. Houve alta de 40,7% em volume e 42,3% em divisas contra o ano passado, quando foram embarcados 35,5 milhões de pares, equivalentes a US$ 209,7 milhões.

A Bahia também registrou bons índices: 5,9% em volume e 36,5% em divisas. Foram 5,3 milhões embarcados pelas fábricas baianas este, com geração de US$ 70,6 milhões, contra 5 milhões embarcados no ano passado, que somaram faturamento de US$ 51,8 milhões.

Outro Estado nordestino, a Paraíba também aparece com números positivos. De janeiro a setembro deste ano, as fábricas paraibanas exportaram 18,8 milhões de pares, com faturamento de US$ 56,5 milhões. O acréscimo foi de 16% em volume e 10,6% em faturamento em comparação a igual período do ano passado, quando os embarques foram de 16,2 milhões de pares, equivalentes a US$ 51,1 milhões.

Na região Sudeste, o Estado de Minas Gerais também apresenta uma trajetória ascendente, com alta de 25,5% em volume e 32,7% em divisas. Este ano, os mineiros exportaram 1,1 milhão de pares, com faturamento de US$ 13,4 milhões, enquanto no ano passado haviam exportado 865,7 mil pares, equivalentes a US$ 10,1 milhões.

Em São Paulo os embarques recuaram em 7,6%, porém a movimentação financeira cresceu 9,1%. Em 2010, as fábricas paulistas embarcaram 4,8 milhões de pares, com faturamento de US$ 93,7 milhões. De janeiro a setembro do ano passado, as fábricas paulistas haviam embarcado para fora do país 5,2 milhões de pares, com receita de US$ 86 milhões.

O Rio Grande do Sul, por sua vez, apresentou somente dados negativos. De janeiro a setembro, este Estado embarcou 23,6 milhões de pares, com receita de US$ 559,6 milhões. Isso configura uma retração de 12,3% em volume e de 3,8% em termos monetários em relação ao ano anterior, quando foram exportados 26,9 milhões de pares, que geraram US$ 581,8 milhões.

Sintéticos seguem na liderança

De acordo com o Capítulo 64 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), os calçados com cabedal em material sintético (NCM 6402) não apenas seguem na liderança de volume dos produtos exportados como mantêm também índices de crescimento. De janeiro a setembro de 2010, foram exportados 76,9 milhões de pares sintéticos, com faturamento de 337,8 milhões. Houve crescimento de 28,3% em volume e 29,6% em faturamento em relação ao ano passado, quando este segmento embarcou 59,9 milhões de pares, equivalentes a US$ 260,6 milhões.

Os calçados em couro (NCM 6403) seguem liderando em faturamento, com índices não tanto animadores. Este ano, foram enviados ao exterior 27,7 milhões de pares (US$ 729,4 milhões), contra 29,2 milhões de pares (US$ 695,7 milhões) comercializados no ano passado. Houve queda de 5,1% em quantidade embarcada e alta de 4,8% em faturamento.

Os calçados de material têxtil (NCM 6404), também apresentaram retração em volume. Nos nove meses do ano, foram exportados 3,6 milhões de pares deste segmento, gerando US$ 54,5 milhões. Houve retração de 2,2% em quantidade, porém o faturamento teve acréscimo de 8,5% em relação ao ano passado, quando foram exportados 3,6 milhões de pares, equivalentes a US$ 50,3 milhões.

O segmento classificado como outros (NCM 6405), embarcou este ano 727,2 mil pares, com receita de US$ 9,3 milhões. Houve elevação de 11,2% em volume e 35,4% em faturamento em relação ao ano passado, quando foram exportados 654,2 mil pares, equivalentes a US$ 6,9 milhões.

Produtos de material injetado (NCM 6401) apresentaram os menores índices de embarque e estão em queda. Este segmento embarcou 305,3 mil pares nos nove meses deste ano (US$ 2,1 milhões) contra 423,4 mil pares no mesmo período do ano passado. A retração foi de 27,9% em volume e 33,5% em termos monetários.

Total de importações cresceu 23% até setembro

De acordo com levantamento realizado pela Abicalçados, que vem monitorando a entrada de calçados e suas partes no Brasil, as importações apresentaram uma variação positiva de 23% em quantidade e 20% em valores.

Neste período, entraram no país 22,9 milhões de pares de calçados (NCM 6401 a 6405), o que configura queda de 7% em relação a igual período do ano anterior. Deste montante, porém, 20,7 milhões eram oriundos da China, Indonésia, Malásia e Vietnã.

Já a entrada de cabedais cresceu 167%, com uma importação total de 10,8 milhões de pares no período. Deste total, 9,5 milhões de pares vieram da China e Paraguai.

Outras partes de calçados, como solados e palmilhas, mostraram crescimento de 219% nas importações, totalizando 2.395 toneladas, sendo que 1.884 toneladas deste total são provenientes da China.

Balança Comercial positiva em 12,4%

No período de janeiro a setembro de 2010, a balança comercial apresentou um saldo de US$ 900,2 milhões – um acréscimo de 12,4% em relação ao ano passado.  A exportação ficou em US$ 1,1 bilhão, o que configura crescimento de 11,5%, e a importação somou US$ 233 milhões – uma alta de 8,1%. Esses dados geraram uma corrente de comércio de US$ 1,4 bilhão, o que denota uma alta de 10,9%.

Fonte: ASCom Abicalçados

Tags: