Exportações de calçados sobem em pares e valores e setor vê sinais do início da recuperação

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Novo Hamburgo – Depois de três quedas consecutivas em relação com os mesmos meses do ano passado, as exportações de calçados podem estar entrando na rota da esperada recuperação. O dólar em patamares mais elevados, apesar da volatilidade cambial, já mostra efeitos – ainda modestos – nos embarques.

No mês de abril, os calçadistas exportaram 8,4 milhões de pares por US$ 69 milhões, números superiores tanto em pares (11,7%) quanto em valores (0,8%) em relação ao mês quatro de 2015. Com isso, no quadrimestre, os exportadores somam 40,26 milhões de pares exportados por US$ 295,83 milhões, resultado 2,7% superior em pares e 4,6% inferior em valores na relação com igual período do ano passado.

O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, ressalta que o leve incremento nos embarques em relação a abril passado pode indicar a retomada dos embarques.

“Esperávamos uma recuperação já no início do ano, mas os problemas econômicos e políticos do Brasil atrasaram esse momento”, comenta o executivo. Segundo ele, a oscilação do câmbio, provocada pelas incertezas no contexto político e econômico nacional, tem freado o ímpeto das exportações.

“Esperamos, com uma definição da questão política, uma estabilização do câmbio, o que poderia dar mais consistência  para uma recuperação dos embarques ao longo de 2016”, projeta Klein.

Destinos
Para Klein, a recuperação em mercados importantes para o calçado verde-amarelo é outro fato que permite projetar um ano melhor além-fronteiras.

Principal destino do produto nacional desde as primeiras exportações, na década de 70, os Estados Unidos importaram 4,47 milhões de pares por US$ 65,66 milhões nos quatro primeiros meses de 2016, números 22% superiores em volume e 17,5% maiores em dólares na relação com igual ínterim do ano passado.

Já a Argentina, que recuperou o segundo posto entre os destinos em 2016, registrou incremento de 102% nas compras de calçados, pagando 52% a mais pelos produtos nos quatro primeiros meses. Entre janeiro e abril, os hermanos importaram mais de 2 milhões de pares por US$ 25,73 milhões.

O terceiro destino no quadrimestre foi a França, para onde foram exportados 4,23 milhões de pares por US$ 19 milhões, queda de 0,1% em volume e incremento de 1,8% em dólares na relação com igual período do ano passado.

Estados
O principal exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul, estado de onde partiu mais de 36% do total gerado em embarques no quadrimestre. Entre janeiro e abril, os gaúchos embarcaram 8,7 milhões de pares por US$ 127,33 milhões, número 48,2% superior em pares e 13% maior em receita na relação com igual período do ano passado.

O Ceará foi o segundo exportador do período, respondendo por 27% do total gerado no período. No quadrimestre, os cearenses embarcaram 15,27 milhões de pares por US$ 78,83 milhões, quedas de 5% em volume e 6% em dólares na relação com o ano passado. No terceiro posto, São Paulo respondeu por quase 14% do total gerado com embarques no período. Entre janeiro e abril, os paulistas exportaram 3,4 milhões de pares por US$ 36,16 milhões, 25,8% de incremento em pares e 15,8% de queda em receita na relação com igual período de 2015.

Importações
O dólar em patamares mais elevados também tem influenciado as importações. Entre janeiro e abril, entraram no País 9,53 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 120,25 milhões. Os resultados são inferiores tanto em volume (-33,2%) quanto em dólares (-38%) quando comparados  a igual período do ano passado.

Os principais destinos foram Vietnã (3,64 milhões de pares por US$ 64,4 milhões, quedas de 35,7% em volume e 38,7% em dólares), Indonésia (1,44 milhão de pares por US$ 25,3 milhões, quedas de 40,2% e 43,2%, respectivamente) e China (3,67 milhões de pares por US$ 15,47 milhões, quedas de 8% e 31,2%, respectivamente).

Em partes de calçados – cabedal, saltos, solas, palmilhas etc – as importações chegaram a US$ 18,34 milhões no quadrimestre, 28,5% menos do que no mesmo período de 2015. As principais origens foram Vietnã, China e Paraguai.

Para ter acesso aos dados completos acesse: http://www.abicalcados.com.br/midia/modulo-download/arquivos/14628142593337.pdf

 

Fonte: Abicalçados

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