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Exportações de produtos de mais alta tecnologia caem ao pior patamar desde 2001, mostra estudo da CNI

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Foto: Richard Maneen/EMBRAER

Brasília – As exportações totais da indústria de transformação brasileira voltaram em 2021 ao patamar pré-pandemia, mas o desempenho das categorias de maior intensidade tecnológica nunca foi tão fraco. Os bens de alta e média-alta tecnologia foram responsáveis por apenas 14,2% do valor das vendas externas no último ano, de acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) a partir de dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

Esse é o menor patamar desde 2001, início do período analisado. Naquele ano, a participação estava em 33% da pauta exportadora. Em 21 anos, a perda foi de 19,1 pontos percentuais.

As vendas externas de alta e média-alta tecnologia somaram R$ 39,8 bilhões em 2021, abaixo dos US$ 41,2 bilhões registrados antes da crise sanitária, em 2019. Os dados reforçam uma tendência dos últimos anos. Desde 2010, houve perda de 8,9 pontos percentuais de participação das duas categorias somadas nas exportações.

A perda de qualidade da pauta de exportação brasileira é resultado da baixa competitividade da indústria de transformação nacional e do acirramento da competição internacional nesses produtos, somados ao crescimento da demanda dos países asiáticos, sobretudo da China, por produtos agropecuários e minerais que se tornaram mais importantes na pauta, explica o gerente de Políticas de Integração Internacional da CNI, Fabrizio, Panzini

“O desempenho insuficiente das vendas de maior intensidade tecnológica, que agregam mais valor às cadeias produtivas, faz com que o Brasil seja um ator cada vez menos central no comércio global da indústria. Diversificar as exportações reduz a vulnerabilidade da economia a choques externos e setoriais e a medidas arbitrárias de outros países. Para isso, é necessária a adoção de medidas para redução do Custo Brasil e de uma política industrial direcionada à inovação e a estímulos às exportações no tema tributário e em financiamentos, além da celebração de acordos comerciais estratégicos”, afirma Panzini.

Aeronaves e máquinas têm pior desempenho

Ao considerar apenas a categoria de alta intensidade tecnológica, o recuo exportador foi mais forte, de 31,8% no período analisado, passando de US$ 9,3 milhões, em 2019, para US$ 6,4 milhões, em 2021.

Todos os grupos de produtos de alta tecnologia registraram perdas no intervalo de dois anos, com exceção de Químicos e Armamentos. Os piores desempenhos foram em Aeronáutica e aeroespacial, com queda de 50,6%; Máquinas não elétricas (inclui reatores nucleares, turbinas a gás e máquinas a laser), com recuo de 41,7%, e Instrumentos científicos (-18,3%).

Dentro da categoria média-alta tecnologia, foi registrado crescimento de 4,9% nas vendas externas de 2019 para 2021, porém abaixo da média de 26,9% do total das exportações do país. Dos oito grupos da categoria, três não recuperaram o nível pré-pandemia: Veículos automotores recuou 2,7% nos últimos dois anos, Outro material de transporte caiu 6,5% no mesmo intervalo e houve queda de 27,2% em Material e aparelhos eletrônicos e de comunicações.

América Latina lidera como destino de bens de média-alta e alta tecnologia

A América Latina respondeu em 2021 por praticamente metade das exportações de bens de alta e média-alta tecnologia do Brasil. Foram US$ 19,8 bilhões, o que confirma a importância do subcontinente para o setor industrial. A alta foi de 9,7% de 2019 para 2021.

Os outros dois maiores compradores dos bens de maior intensidade tecnológica são Estados Unidos e União Europeia. Juntos, os três destinos somam 81,8% das exportações das duas categorias no ano último ano.

Apesar de os Estados Unidos permanecerem como principal país, individualmente, importador de mercadorias brasileiras de alta e média-alta tecnologia, as categorias não recuperaram o nível pré-pandemia. Houve queda de 25% entre 2019 e 2021 de vendas ao país norte-americano.

As exportações para a China, principal parceiro comercial do Brasil, concentram-se em produtos não industriais. Em 2021, as vendas de soja em grão, minério de ferro e petróleo representam 82,8% da pauta exportadora com o país asiático.

(*)  Com informações da CNI

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