Exportações de veículos têm o maior tombo em dezoito anos e setor vê receita cair pela metade em 2020

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Da Redação (*) 

Brasília – As exportações do setor automitivo tiveram em 2020 um dos piores anos das últimas décadas e as vendas externas atingiram o mais baixo nível desde 2002. Foram exportados 324.330 unidades, com uma receita de US$ 7,4 bilhões, correspondentes a menos da metade dos US$ 15,9 bilhões exportados pelo setor no ano de 2017. Os dados do balanço de 2020 foram divulgados hoje (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A forte queda nas exportações foi um entre os muitos indicadores negativos registrados pela indústria automobilística em 2020, um ano em que o setor foi fortemente impacado pela pandemia que interrompeu um ciclo de três anos de recuperação após outra crise, a de 2015/2016. A entidade divulgou também suas projeções para 2021, com crescimento moderado sobre o ano anterior, ainda insuficiente para recuperar os patamares de 2019.

Dezembro: Melhor mês do ano em licenciamentos

O mês de dezembro foi o melhor em vendas de autoveículos no ano (243.967 unidades), com média diária de 11,6 mil unidades. Mas na comparação com 2019, apenas fevereiro de 2020 teve média de vendas superior, apesar da recuperação de mercado verificada no segundo semestre. A produção de 209.296 unidades em dezembro foi uma boa surpresa, apesar de todos os desafios logísticos, das   de insumos e dos protocolos sanitários. 

“A indústria fez um grande esforço para atender a demanda, trabalhando aos finais de semana e suspendendo parte das férias coletivas, mas entra em 2021 com os estoques mais baixos de sua história, suficientes apenas para 12 dias de vendas”, ressaltou o presidente da Associação,  Luiz Carlos Moraes.

2020: Tombo veio quando se projetava crescimento de 10%

No acumulado do ano, os números apresentaram quedas acentuadas, mas não tão drásticas como se projetava no início da pandemia. A grande injeção de recursos emergenciais na economia e a força do agronegócio ajudaram a amenizar as perdas do segundo trimestre, quando boa parte das fábricas e lojas permaneceram fechadas. As vendas ao mercado interno fecharam com 2.058.437 unidades, queda de 26,2%, recuando ao patamar de 2016, auge da última crise econômica brasileira.

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