Exportações para o Irã devem bater recorde histórico; importações seguem pouco expressivas

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Da Redação

Brasília – As exportações brasileiras para o Irã registraram, até o mês de setembro, uma alta de 51,52%, totalizaram US$ 1,731 bilhão e devem alcançar em 2016 a maior cifra já registrada em todos os tempos, superando o montante recorde de US$ 2,332 bilhões exportados para o país persa em 2011. Em contrapartida, as vendas iranianas ao Brasil são ainda bastante modestas e totalizaram US$ 37 milhões nos nove primeiros meses do ano, apesar de terem crescido 1.200% sobre igual período do ano passado.

O Irã é um dos 32 mercados prioritários identificados no Plano Nacional de Exportações para a atuação comercial brasileira. E entre esses 32 países, poucos apresentam, como o Irã, perspectivas tão concretas e relevantes de expansão das exportações brasileiras. Mas para que isso venha a acontecer em sua plenitude é importante que o Brasil também se disponha a aumentar as importações de produtos iranianos, enre eles petróleo, gás natural e ureia.

Em outubro do ano passado, o então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, visitou o Irã e na oportunidade afirmou que a parceria estratégica que resultará da reaproximação entre Brasil e Irã deverá triplicar a corrente de comércio bilateral num curto espaço de tempo.

Um ano dessa visita já é possível constatar um forte aumento do intercâmbio entre os dois países. Ano passado , o Brasil exportou para o Irã mercadorias no total de US$ 1,666 bilhão e importou produtos iranianos no montante de apenas US$ 3 milhões. Este ano, de janeiro a setembro, as vendas brasileiras somaram US$ 1,731 bilhão e as exportações iranianas atingiram a cifra de US$ 37 milhões.

Nos últimos dias, a Marcopolo anunciou, sem mencionar os números do negócios, o fechamento de um grande contrato para a exportação de ônibus para o Irã. A assinatura do contrato marcou o fim de uma licitação que envolveu a participação de empresas de diversos países e ao final a companhia brasileira foi a escolhida pelas autoridades iranianas para fornecer centenas de ônibus à companhia responsável pelo transporte público do país.

As negociações  tiveram início e ganharam consistência por ocasião da visita a Teerã do então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,  Armando Monteiro, acompanhado por uma comitiva composta por cerca de 60 empresários brasileiros  representando 24 empresas dos mais diferentes setores, entre elas, a  Marcopolo.

Essas  empresass e associações setoriais que integraram a comitiva ministerial não fecharam negócios de imediato. Segundo afirmou Monteiro, “foi muito mais uma missão de posicionamento, de construção de canais, mas foram prospectadas oportunidades sobretudo para as exportações de equipamentos hospitalares, autopeças, aviões regionais e alimentos”.

Os resultados da missão começaram a se concretizar este ano e um exemplo é o contrato fechado pela Marcopolo visando exportar ônibus para o país do Oriente Médio.

Comércio bilateral

O fluxo de comércio entre o Brasil e o Irã situa-se ainda muito aquém das potencialidades das duas economias. E apesar de virem crescendo de forma consistente, somente este ano as exportações brasileiras voltarão a situar-se acima do patamar de US$ 2 bilhões.

Até setembro, os embarques para o Irã totalizaram U?S$ 1,731 bilhão, superiores ao total de US$ 1,666 bilhão vendidos aos iranianos em todo o ano de 2015. Apesar do crescimento das exportações, até setembro o Irã foi o destino de apenas 1,24% das vendas externas do Brasil.

A pauta exportadora brasileira tem uma forte concentração em commodities. Apenas três delas (milho, soja e carne bovina) responderam por 76,22% de todo o volume exportado para os iranianos. O milho em grão liderou a pauta, com receita no valor de US$ 618 milhões (35,69% do total exportado), seguido pela soja no montante de US$ 461 milhões (participação de 26,53%) e pelas carnes bovinas, no total de US$ 241 milhões (responsáveis por 13,90% das exportações brasileiras para o Irã). Outro produto em destaque nas vendas brasileiras foram outros açúcares de cana, com exportações no total de US$ 175 milhões, correspondentes a 10,12% de tudo o que o Brasil vendeu ao Irã nos nove primeiros meses deste ano.

Ao mesmo tempo em que amplia a importação de produtos brasileiros  de forma relevante e consistente, o Irã espera que o Brasil também aumente as compras de seus principais produtos e dessa forma contribua para tornar um pouco mais equilibrado o fluxo de comércio entre os dois países.

Até o mês de setembro, as exportações iranianas para o Brasil somaram cerca de US$ 37 milhões, cifra que, apesar de significar um aumento de 1.200% sobre o montante de pouco mais de US$ 3 milhões exportados em todo o ano de 2015, encontra-se muito aquém do volume que o país persa poderia embarcar para o Brasil.

O Irã aposta num aumento substancial das exportações de produtos semimanufaturados de fero/aço, que lideraram as exportações para o Brasil de janeiro a setembro deste ano, com vendas no total de US$ 17,5 milhões, de ureia, que totalizaram US$ 16 milhões e de produtos como borracha de estireno, uvas secas, pistache, mármores, tapetes de lã, sucos e extratos de alcaluz e diversos outros dos principais produtos que integram a pauta exportadora iraniana.

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