Febraban prevê queda do saldo comercial de US$ 15,7 bi em 2010 para US$ 8 bi em 2011

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São Paulo – O mercado espera um superávit menor na balança comercial do Brasil em 2011. De acordo com projeções divulgadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o saldo positivo das exportações e importações deve ficar em US$ 8 bilhões no ano que vem, contra US$ 15,7 bilhões esperados para 2010. Em 2009, o resultado foi de US$ 25,3 bilhões.

De acordo com o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, o recuo do superávit comercial, no entanto, será motivado muito mais pelo aumento das importações do que pela queda das exportações. Segundo ele, já se verifica um aumento das compras externas brasileiras. “Grande parte das importações é de bens de capital, porque os investimentos estão crescendo. Mas sabemos que há também aumento importações de bens de consumo.”

Segundo ele, esse aumento reflete o crescimento do consumo no Brasil, dos investimentos e também a taxa de câmbio, que favorece as importações. O real vem se valorizando em relação ao dólar, principalmente em função da forte entrada da moeda norte-americana no país, atraída pelos juros altos. Isso torna as exportações brasileiras menos competitivas. O estudo da Febraban aponta um dólar cotado a R$ 1,72 no final deste ano e a R$ 1,78 em 2011.

A previsão anterior da Febraban, de setembro deste ano, era de um superávit de US$ 9,4 bilhões para a balança comercial brasileira em 2011. Sardenberg acredita que o Brasil continuará, no curto prazo, tentando evitar uma valorização excessiva do real, e que no longo prazo o caminho será, além de conter a questão fiscal, fazer investimentos para que os produtos brasileiros sejam competitivos com uma taxa de câmbio mais apreciada.

A taxa de juros deve continuar atrativa para os estrangeiros em 2011. A Febraban acredita na manutenção da taxa básica de juros atual até o final do ano, em 10,75%, e num aumento para 11,25% no ano que vem. Essa é a taxa mediana projetada, alerta Sardenberg, complementando que há incertezas quanto a isso, como comportamento da política fiscal brasileira nos primeiros meses de 2011 e o próprio cenário externo, com fortalecimento ou enfraquecimento das economias de países desenvolvidos.

De acordo com as projeções da Febraban, o cenário econômico para o Brasil é positivo, principalmente no curto prazo. Deve haver alguma pressão inflacionária no final deste ano e no próximo, devido aos preços dos alimentos e commodities. “Mas não é nada alarmante”, afirmou ele em entrevista coletiva. O crédito no país deve ter algum recuo em 2011 sobre 2010, mas haverá queda da inadimplência. No médio prazo, inflação e conta corrente inspiram cuidados, alerta ele.

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