Fluxo de comércio entre Brasil e Venezuela desaba e atinge o menor nível em treze anos

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Da Redação

Brasília – O fluxo de comércio entre o Brasil e a Venezuela registra este ano o mais baixo nível desde 2003 e é marcado por uma forte retração de 61,60% nas exportações brasileiras e uma queda de 40,50% nas vendas venezuelanas. De janeiro a novembro, as trocas entre os dois países somaram US$ 1,455 bilhão, com exportações brasileiras no total de US$ 1,074 bilhão e embarques venezuelanos no valor de US$  381 milhões.

Entre os anos 2000 e 2016, apenas em 2003 o intercâmbio comercial bilateral atingiu um patamar tão baixo, quando foram trocadas mercadorias no montante de US$ 883 milhões. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Em 2012 o comércio entre os dois países viveu seu melhor momento. Naquele ano, as exportações brasileiras atingiram a cifra de US$ 5,056 bilhões e as vendas venezuelanas somaram US$ 997 milhões e o Brasil teve um saldo de US$ 4,059 bilhões no intercâmbio com o país vizinho.

Com a forte queda nas exportações, o Brasil deixa de ter na Venezuela um dos grandes responsáveis pelos sucessivos superávits obtidos nos últimos anos pelo país no comércio exterior. No período 2006/2015, a balança comercial com a Venezuela proporcionou ao Brasil um saldo de mais de US$ 47,5 bilhões. Nenhum outro parceiro gerou para o Brasil um saldo comercial dessa magnitude.

De janeiro a novembro foram registradas quedas em todos os grupos de produtos exportados para a Venezuela e a queda mais acentuada aconteceu exatamente no segmento dos produtos industrializados, responsáveis por 52,6% das exportações para o país vizinho e que desabaram 63,4% no período, reduzindo a receita a pouco mais de US$ 565 milhões. Igualmente expressivo foi o tombo nas exportações de produtos básicos, da ordem de 64% para US$ 398 milhões. Também foi registrada uma queda da ordem de 26,7% nas exportações de produtos semimanufaturados, que somaram US$ 109 milhões.

Em termos de produtos, todos os principais itens integrantes da pauta exportadora para a Venezuela tiveram uma forte retração. A carne bovina caiu 73,9% para US$ 131 milhões; a carne de frango declinou 55,0% com uma receita de US$ 127 milhões, as vendas de açúcar recuaram 26,2% para pouco mais de US$ 95 milhões. Quedas igualmente relevantes foram registradas nas exportações de leite e creme de leite (-63,3% para US$ 82 milhões) e de preparação para elaboração de bebidas (-48,1% para US$ 69 milhões).

Do lado venezuelano foram registradas quedas igualmente expressivas. As exportações de produtos básicos experimentaram uma contração de 42% e totalizaram US$ 18 milhões, enquanto as vendas de bens manufaturados decresceram 40,9%, totalizando US$ 358 milhões. A categoria dos produtos semimanufaturados foi a única a operar no azul, com um aumento de 35,1% e receita da ordem de US$ 5 milhões.

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