Da Redação
Brasília – A International Enterprise (IE) Singapore, agência do governo responsável pela condução da economia externa do país asiático, promove no próximo dia 16 de outubro o 11º. Fórum de Negócios América Latina-Ásia, com o objetivo de fomentar o comércio entre os dois continentes. A última edição do fórum, realizada em 2013, contou com a participação de 450 empresários e representantes de governos dos países das duas regiões, entre eles o Brasil.
Segundo a IE Singapore, Cingapura deve ser vista como um país que proporciona acesso a mercados de rápido crescimento, como a China, Índia e aos países do Sudeste asiático e a participação no International Enterprise criará para os empresários e representantes dos governos dos países latino-americanos importantes possibilidades de interação com dirigentes de empresas conhecidas internacionalmente pela qualidade e capacidade de inovação nos setores de infraestrutura, manufatura, óleo e gás.
No caso específico do Brasil, a participação no Fórum de Negócios é vista como uma grande oportunidade para aumentar a presença de empresas de Cingapura no Brasil, especialmente em projetos de infraestrutura, considerada fundamental para o desenvolvimento de parcerias entre os dois países.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Cingapura possui um grande número de empresas que podem prestar relevante contribuição o desenvolvimento o parque industrial brasileiro. São empresas reconhecidas internacionalmente pela confiabilidade e alta qualidade de seus produtos, além da competitividade e pontualidade no cumprimento dos contratos e na entrega dos produtos comercializados.
Essas empresas têm interesse em instalar fábricas no Brasil em diversos setores, entre eles, o automotivo, aeroespacial e o setor de tecnologia médica. Além disso, Cingapura é referência internacional nas áreas de eletrônica e engenharia de precisão.
O governo de Cingapura também tem interesse em estabelecer uma sólida parceria de longo prazo com o Brasil, utilizando a experiência das suas empresas para contribuir com uma maior eficiência em setores estratégicos do desenvolvimento brasileiro como o planejamento urbano integrado, portos, aeroportos, mobilidade urbana, óleo e gás, habitação e telecomunicações, entre ouros.
Comércio bilateral
A participação na 11ª. edição do Fórum de Negócios América Latina-Ásia é vista pelo MDIC como uma oportunidade para intensificar as relações bilaterais e, sobretudo, possibilitar novas oportunidades de alavancagem do comércio entre os dois países e para dar inicio à reversão da forte queda nas exportações brasileiras para o país asiático.
Depois de registrar um aumento de 75,72% nas exportações em 2014, tendo totalizado US$ 3,348 bilhões, de janeiro a julho deste ano, as vendas brasileiras para Cingapura tiveram uma forte queda de 33,45% e somaram pouco mais de US$ 1,524 bilhão. Em contrapartida, nos sete primeiros meses do ano, Cingapura exportou para o Brasil produtos no valor total de US$ 458 milhões, uma alta de 14,40% comparativamente com igual período do ano passado. Com isso, de janeiro a julho, a balança comercial entre os dois países proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 1,065 bilhão.
Nesse período, os quatro principais produtos exportados pelo Brasil tiveram queda expressiva. As exportações de barcos-farois/guindastes/diques flutuantes geraram receita no valor de US$ 690 milhões (queda de 20,29% em relação ao total exportado nos sete primeiros meses do ano passado). A queda nas exportações de petróleo foi ainda mais significativa: -26,83% para US$ 271 milhões. Também caíram as vendas de ferronióbio (-17,75% para US$ 142 milhões) e pedaços e miudezas comestíveis de frangos (-15,08% para US$ 80 milhões).
No tocante às exportações de Cingapura para o Brasil, este ano o grande destaque foi a inclusão na pauta exportadora do país asiático do item outros inseticidas, com vendas no montante de US$ 89 milhões. Entre os produtos anteriormente exportados para o Brasil, 
merecem ser citados outros medicamentos com compostos heterocicl. em doses, que totalizaram US$ 37 milhões de janeiro a julho, contra pouco mais de US$ 15,7 milhões vendidos ao Brasil nesse mesmo período em 2014, um aumento de 134,68%. Também cresceram, ainda que em percentuais bem mais modestos, as exportações de microprocessadores montados (+ 4,28% para US$ 25 milhões) e de outros medicamentos, com alta de 2,90% e exportações no valor total de US$ 14 milhões.
