Fundação MT faz pesquisa para ampliar produtividade da soja, a maior do Brasil

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Fonte: ANBA

Sorriso, Mato Grosso – A Fundação MT, instituição privada de pesquisa agrícola com sede em Mato Grosso, estabeleceu como meta ampliar a produtividade da soja no estado para 70 sacas de 60 quilos por hectare, segundo o gerente do centro de pesquisa da entidade em Sorriso, município 412 quilômetros ao norte de Cuiabá, José Antonio Costa. Hoje, de acordo com ele, a produtividade varia de 52 a 55 sacas por hectare, a maior do Brasil.

“É um desafio”, disse Costa à reportagem da ANBA e aos demais integrantes da Jornada E.torQ Amazônia, viagem de carro de São Paulo ao Pará, com retorno pelo Mato Grosso, patrocinada pela FTP, fábrica de motores da Fiat. Ele acrescentou, porém, que não há um prazo estabelecido para que esse objetivo seja atingido.

A fundação, criada em 1993 por produtores rurais do estado, trabalha com melhoramento genético da soja e do algodão, além de desenvolver técnicas de manejo. Para atingir a meta, segundo Costa, será necessária também a evolução de defensivos agrícolas.

A entidade trabalha com empresas do setor, como Syngenta, Basf, Bayer e Dow, que inclusive têm áreas para pesquisa dentro da mesma propriedade, em Sorriso. O município é o maior produtor de soja e milho do país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A vantagem do melhoramento genético, incluindo o desenvolvimento de transgênicos, segundo Costa, é que a planta se torna resistente a certas doenças. Isso faz com que a quantidade de agrotóxicos necessária seja menor. “Polui menos e a capacidade de produção é fantástica”, declarou.

Ele acrescentou que o aumento da produção tem que ocorrer sem crescimento da área plantada. “Temos que produzir mais e não é possível desmatar mais nada”, destacou. Atualmente, Mato Grosso tem 6 milhões de hectares destinados ao plantio da soja.

Cooperação externa

A entidade presta assistência técnica aos agricultores em eventos de campo e faz intercâmbio de tecnologia com entidades de outros estados e países, como Venezuela, Bolívia, Argentina e Paraguai.

Na unidade de Sorriso – a sede da fundação fica em Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, há uma área para plantio experimental, que está ocorrendo neste momento. A estação seca demorou a chegar este ano, e o plantio, de forma geral, foi atrasado em quase um mês.

Mudança de cenário

Ao cruzar o estado de norte a sul é fácil perceber a mudança de vegetação e de atividade econômica. Enquanto a região norte faz parte da Amazônia e é marcada pela pecuária, conforme se percorre a BR-163 rumo a Cuiabá, o cerrado vai substituindo a floresta e enormes áreas de lavoura tomam o lugar das fazendas de gado.

Costa explicou que o relevo montanhoso do norte não é propício para a agricultura e, além disso, o transporte da produção tona-se mais difícil. No entanto, com a pavimentação da BR-163 de Guarantã do Norte, ainda em Mato Grosso, a Santarém, no Pará, o escoamento da safra poderá ser feito pelo rio Amazonas.

Quando a reconstrução da rodovia terminar, o que deve acontecer em até quatro anos, Costa acredita que a cultura da soja pode avançar para o sul do Pará. “Onde for possível plantar em pastagens degradadas, vai ocorrer”, declarou.

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