Imea prevê crescimento de 13% para safra da soja em Mato Grosso em 2013

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Da Redação com Ascom Famato

O ano de 2012 foi marcado por recordes para a produção e exportação de soja, milho e algodão em Mato Grosso. A previsão em 2013, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é de que a produção de soja permaneça em alta, com crescimento de 13%, mas o milho e o algodão devem sofrer retrações.

As lavouras de soja no estado estão em pleno desenvolvimento e o clima tem sido favorável até o momento. Segundo o analista Cleber Noronha, a soja precoce (primeira a ser colhida) terá produtividade acima da média e esta tendência deverá ser mantida nas demais variedades. A produção pode passar de 21,36 milhões de toneladas (safra 2011/12) para 24,13 milhões de toneladas (safra 2012/13).

“Com mais soja nas mãos, os produtores participarão de um mercado cujo preço se manterá atrativo, já que a média atual é de R$ 51,60/saca e já ouvimos valores acima de R$ 60,00/saca para janeiro de 2013. O mundo passa por um desabastecimento e esta situação dará suporte à manutenção dos preços em alta”, explica Noronha.

Assim como em 2012, em 2013 os custos de produção da oleaginosa e o frete devem permanecer altos. O aumento da safra de soja trará mais problemas de transporte e armazenamento em curto prazo. O presidente do Sistema Famato, Rui Prado, destaca a importância de investimentos em novos corredores de exportação. Ele reforça a necessidade da conclusão e trafegabilidade pela BR-163.

“Em 2012 tivemos um ano excelente para a produção agrícola em Mato Grosso. Mas não adianta mais sermos eficientes somente da porteira para dentro. Precisamos, com urgência, da conclusão da pavimentação da BR-163 ou pelo menos condições para que o tráfego por lá comece a partir de 2013. Isso é algo que não dá mais para esperar”, enfatiza Prado.

Milho

Em Mato Grosso, quem arriscou plantar milho em 2012 não se arrependeu. O ano foi considerado dourado para o milho 2ª safra, que antes era chamado de safrinha e tornou-se agora “safrão”. O clima colaborou tanto para o bom desempenho desta cultura na safra 11/12 que o estado atingiu o maior volume de produção por área (104 sacas/ha), totalizando 15,56 milhões de toneladas – aumento de 122,6% em relação à safra 10/11.

Para 2013, o Imea estima área recorde para o milho, de 2,7 milhões de hectares, e a produção pode atingir 13,2 milhões de toneladas – 11% a menos do que na safra passada. O Instituto alerta para o custo de produção do milho, que segue aumentando e já é o maior da série histórica para o cereal.

“O frete que já impacta no preço da soja, deverá constituir o maior peso sobre os preços de venda do cereal e o aumento deverá ocorrer devido à escassez de veículos para transportar os produtos. Nesse contexto, todo cuidado será pouco e todo planejamento será bem-vindo, pois o milho não deixará de ser lucrativo. Porém os negócios para que a 2ª safra seja rentável terão que ser feitos com muito mais precisão do que foi em 2012”, orienta Noronha.

Algodão
– A retração da área de algodão na safra 2012/13 em Mato Grosso já é uma tendência consolidada pelos produtores. O Imea estima queda de 31% na área plantada em relação à safra 2011/12, passando de 722 mil ha para 498 mil ha.

Segundo a analista do Imea Elisa Gomes, as condições desfavoráveis do mercado da fibra, como os baixos preços da pluma e alto custo de produção, fizeram com que o algodão perdesse competitividade em relação à soja e ao milho, dificultando avanços na produção da pluma na próxima temporada.

“A expectativa é que o algodão ocupará apenas 6% da área total de soja no estado na próxima safra, com 63% de sua área total na forma de segunda safra e apenas 37% como primeira safra, diferentemente do que foi apresentado na safra 2011/12, quando a área plantada era destinada igualmente para a primeira e segunda safra. Mesmo assim, Mato Grosso deve permanecer no ranking de 1º estado produtor de algodão no Brasil, pois o segundo maior produtor, a Bahia, também deve sofrer redução de 30% na área plantada”, relata Elisa.

Pecuária

Para a pecuária, o gestor do Imea, Daniel Latorraca, informou que 2012 foi o ano em que houve o maior abate de bovinos da história. Além disso, houve um acentuado abate de fêmeas pelo segundo ano consecutivo.

“Tivemos problemas com a pastagem no primeiro semestre do ano e o descarte de fêmeas foi elevado. Para 2013, o estoque de machos aptos para o abate deve crescer, mas não da mesma forma como vimos em 2007. Além disso, os preços esperados para o mercado no próximo ano demonstram estabilidade”, informa Latorraca.

O gestor acrescenta ainda que em 2013 a expectativa é de um mercado mais atrativo em relação a preços, já que os custos continuam sua escalada e a oferta de machos permanece baixa. “Além disso, a consolidação do aumento das exportações, com a previsão de volta da Rússia, será outro ponto chave para determinar os rumos do mercado.”

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